Ser filha do meio
Podem achar que é parvoíce de menina mimada, mas é mesmo verdade que ser filha do meio é uma situação particular. Não se é a mais velha, que foi por algum tempo filha única, a especial, a das descobertas, nem se é a filha mais nova, aquela que veio fora de época, a ultima, a mais mimada e protegida. Estamos ali, sem saber bem o que nos faz especial, porque provavelmente, não é coisa nenhuma.
No meu caso particular, ser a filha do meio fez-me ser mais independente do que as minhas irmãs. Cresci muito rápido, sempre fui muito responsável. Cuidei da mais nova como se fosse minha filha, mesmo quando ainda tínhamos mãe. Não senti nunca um tratamento diferente por parte dos meus pais por ser a do meio, com uma única excepção, que ainda hoje vem à baila em reuniões de família. A minha irmã mais velha tem centenas de fotos de quando era pequena. Era a primeira, tudo novidade, tem fotos de fotografo e tudo. A mais nova, nasceu numa época desafogada economicamente para os meus pais, era a mais pequena e o biju da familia, e por isso, tem vídeos, fotos, sessões fotográficas, posters, tudo a que tem direito. Aqui a do meio, tem meia dúzia de fotos em bebé, uma ou duas do baptizado e é uma sorte. Dizia-me a minha mãe que quando eu nasci, ficaram sem maquina e não puderam comprar outra.
É o que eu digo. Particularidades.