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Contos sem nó

As minhas histórias

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27.04.14

Sabado do capeta


Lila

Tocaram-me à campainha, estava eu a tomar o pequeno almoço.

Era a vizinha que gere o condomínio. Que tinha que descer às garagens, tinha havido assaltos e estava lá a policia.

Desci, em pijama, de Cartão de Cidadão na mão, como tinha dito a vizinha.

Quando cheguei à porta da minha garagem tive uma das piores sensações da minha vida: faltavam os dois carros.

Os dois carros e duas paletes de sumos. Ladrões com sede, portanto.

Seguiram-se depoimentos, e uma equipa bem rudimentar de policia técnica que em nada tem a ver com o CSI de que eu tanto gosto.

Alias, o espírito da policia é de que não vale mesmo a pena fazer nada.

Foram assaltadas 40 garagens no meu prédio.

E mais dois prédios na cidade, nessa noite.

Já chorei, já me descabelei, já pensei em tudo.

Ficou a sensação de injustiça e de impotência.

Um carro é da empresa e outro é do meu pai, o que é mil vezes pior do que se fosse nosso.

Só amanhã vou alugar carro.

E só a ideia de não podermos ir onde nos apeteça por não ter nenhum carro é muito estranha.

Aos poucos vou-me lembrando de coisas que tinha dentro do carro-a agenda, uns ténis, CD´s, um GPS, o meu guarda-chuva, uma caixa com material de trabalho.

Coisas sem importância, mas que eram minhas.

E o mais importante de tudo, todos os exames que fiz ao joelho e que ia mostrar ao médico.

Espero sinceramente que aos ladrões que nos fizeram passar um sábado (e com certeza muitos mais dias se seguirão do mesmo calibre) mágico, lhes apareça uma doença ruim e se espetem contra um poste.

No mínimo.

 

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