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Contos sem nó

As minhas histórias

Contos sem nó

As minhas histórias

26.03.15

Não são só as avós que são mães duas vezes


Lila

Ontem estive uma hora a encher a minha sobrinha Margarida de beijos.

Ela, amorosa e carinhosa, não reclamou uma única vez, deixava-me estrafega-la com beijos, deixava-me aperta-la, cheirar aquele aroma bom de bebé, rindo-se da minha lamechice.

Voltei para casa com o coração cheio e a pensar no que gosto dos meus sobrinhos.

De todos eles.

A Margarida é a bebé mais fofa do mundo, como também já foram a Ângela e o Pedro.

No caso dela, filha da irmã que eu ajudei a criar, que foi mais minha filha do que minha irmã, no caso da Margarida, sinto-a como muito mais do que sobrinha.

É mesmo muito especial, ver um rebento da nossa irmã mais pequena, da nossa menina, ainda por cima quando elas se parecem tanto. Faz-me lembrar a minha boneca viva, aquela que me foi oferecida quando tinha quase oito anos e da qual eu jurei cuidar e proteger para sempre.

A Ângela foi a primeira. Veio sem que estivéssemos à espera, a minha irmã ainda era solteira. Lembro-me de cada uma das vezes que tive que ligar o secador na casa de banho, para esconder da minha mãe,  as sessões de enjoo matinal da minha irmã.

A Angelita foi a primeira neta, a primeira sobrinha e no dia em que ela nasceu apareceu-me uma borbulha de stress no meio da bochecha que parecia um Evereste, tal foram os nervos. Todas minhas as fotos  com a princesa, dessa semana, deviam ser queimadas.

Chorava como uma Madalena e eu estive lá, muitas vezes, todas as que consegui,  tentando evitar que a minha irmã ficasse louca.

O Pedro, ai, esse menino demorou muito para chegar.

Fiz não sei quantos testes de gravidez à minha irmã, fui com ela ao especialista de fertilidade quando pensou que nunca mais ia engravidar.

Aconteceu naturalmente depois da segunda consulta.

O Pedro já foi ao meu casamento, a minha estava grávida de 3 meses nesse dia.

Quando nasceu, estava no hospital, a roer as unhas até ao cotovelo.

Liguei ao meu cunhado a informar que era um menino (a minha irmã não quis saber o sexo em  ambas as gravidezes...) e pude vivenciar a alegria dele.

Ainda me lembro do cheiro que tinha, do toque da sua mãozinha, quando o afaguei, no caminho entre o bloco de partos e o quarto, acabado de nascer.

Tenho um orgulho imensurável nos meus sobrinhos, vibro com cada uma das suas conquistas, adoro vê-los crescer lindos e cheios de projectos.

E chego à conclusão de que não são só as avós que são mães duas vezes. A tias também. Pelo menos as babadas, como eu.