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Fui ver hoje, ao final da tarde, sozinha. Cheia de expectativas, não só pela publicidade que lhe foi feito, pelos prémios que ganhou em Veneza, mas também pela temática, que me diz muito.
Tenho que dizer que não amei. Acho a interpretação da Lúcia Moniz brilhante, consegue ver-se-lhe as entranhas e sentir-lhe a dor. Emocionei-me muito com o papel do adolescente, talvez por ver nele o meu filho e imaginar o que sofreria numa situação idêntica. E gostei do decorrer da historia, sem grandes dramatismos, sem voltas e reviravoltas (o filme dura pouco mais do que uma hora) mas, acaba precipitadamente. Falta ali qualquer coisa. Deixa-nos pendurados. Havia tanta coisa mais para explorar, e uma delas seria englobar a reacção da família em Portugal, a toda a situação. E depois o final, podia ser mais aconchegante, é demasiado precipitado. Mesmo assim, não tendo ficado rendida, até que enfim um filme sobre este tema. As adopções forçadas no Reino Unido são matéria para um julgamento europeu internacional. Não se consegue entender como continuam a existir, desta forma vergonhosa, à vista de todos. Não me consigo imaginar a viver em Inglaterra e a ter pavor do meu filho cair e fazer uma nódoa negra. Nenhum pai e mãe deviam passar por aquilo que passam os pais e as mães, no reino Unido. Principalmente os pais e mães estrangeiros, principais vitimas deste esquema económico miserável.