2013
Estou feliz por acabar.
Não foi um ano nada fácil, este 2013.
Um ano muito doloroso a nível profissional, arrisco mesmo a dizer que foi o pior ano da minha carreira.
O ano que senti muito desmotivada, sem força para continuar, sem conseguir chegar onde queria.
Foi o ano em que trabalhei, trabalhei, trabalhei e não consegui que nada resultasse.
A crise não ajudou, o facto de estarmos todos a ganhar menos, também não.
2013 também não foi fácil a nível pessoal.
Mais um ano em que a família esteve dividida, ainda que menos do que em 2012, já que de Janeiro a Agosto o meu homem esteve em Espanha e vinha quase todos os fins de semana a casa.
De qualquer forma, são semanas muito duras as que estamos cá sozinhos, ou aquelas em que estamos cada um em seu pais.
Não foi fácil fazer esta gestão de tarefas, de obrigações, de trabalho e de saudades.
2013 foi o ano em que li muito e bem. E foi também o ano em que voltei a ler em português, depois de muito tempo só a ler as versões espanholas.
Anna Karenina foi sem duvida, o meu livro favorito deste ano.
Descobri Hugo Valter Mãe e li o novo de Dan Brown, entre tantos, tantos outros.
Não fui a festivais, nem a concertos, com excepção do Alboran, em Novembro, que me marcou por muitos motivos.
Mas vi muitos filmes, e apaixonei-me pelo Mordomo e A essência do amor, entre muitos outros que me fizeram rir e chorar, na maioria das vezes, sozinha.
2013 não foi ano de viagens pessoais, fomos de férias para Ibiza e nada mais.
Foi o ano em que vi amigas a sofrer por problemas difíceis, vi casamentos a desmoronar e a acabar.
Este ano acompanhei a doença da minha titi, e sofri com a sua morte.
Voltei a fazer o funeral da minha mãe e foi muito difícil porque para além de tudo, de todo o turbilhão de emoções, encarei tudo isso sozinha.
Sim, 2013 foi um ano de fazer muitas coisas sozinha e acabar por me resignar a essa solidão, cada vez mais frequente.
Mas,também foi o ano da Margarida, que chegou agora no final.
Foi o ano de ver a minha irmã caçula gravidissima, e sentir outra vez um amor incondicional por alguém.
2013 foi o ano da Pool party de 40 anos do amor da minha vida. Foi tão bom e tão divertido termos reunido a família e os amigos num dia tão especial.
E também foi o ano em que voltámos a ser padrinhos de casamento, desta vez de um casal que nos é muito querido, que enfrentou muitas adversidades e que fez questão de oficializar uma relação que já era muito forte, na igreja, com a nossa presença.
2013 foi o ano em que o JA cresceu imenso e já se parece com um adolescente.
Em que o vimos evoluir na esgrima e no piano.
Este ano decidi cuidar de mim e fazer algumas coisas que arrastava há muito tempo: entre elas, um implante dentário e o tratamento da minha pele. Ambos foram difíceis, mas estou muito contente com o resultado.
Fui confrontada com atitudes que me desiludiram, mas que serviram para perceber que existem pessoas tóxicas que devemos eliminar ou se isso for impossível, reduzir ao máximo a sua presença na nossa vida.
Aprendi a dar ainda mais valor ao meu pai, grande homem, grande avô, grande pai e grande sogro.
Em balanço, foi um ano bastante complicado, cheio de solidão e de momentos menos bons.
Acho que os momentos bons não conseguem apagar a forma devastadora como fui atingida pelos maus.
Espero, do fundo do coração que 2014 me compense.