Dançar.
Ontem à noite deu-me umas saudades de dançar com o meu homem, das nossas aulas de danças de salão, ás vezes tão estupidamente dolorosas, outras tão estupidamente divertidas.
Fiquei mesmo com saudades, porque melhor ou pior, com mais ou menos stress (para lá chegar a horas, para saber quem nos ficava com o puto, para acertar com os passos das coreografias magnificas dos nossos dois excelentes, mas muito exigentes, professores) esse tempo, as duas horas semanais de danças de salão, eram um tempo só nosso, em que tínhamos o corpo colado, as mãos entrelaçadas, os olhos nos olhos.
Foram quase cinco anos e atingimos um nível muito bom, tínhamos aulas sozinhos e era algo nosso, partilhado, passos que só nos sabíamos, que só podia dançar com ele e ele comigo.
Esta puta desta vida profissional estúpida que temos agora, cada um para seu lado, fez-nos perder essa bênção.
E eu tenho mesmo muitas, muitas saudades.