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Contos sem nó

As minhas histórias

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21.05.09

È Quinta feira de espiga..


Lila

E chegaram as saudades.

Saudades do tempo em que era uma menina, e que vivia no campo.

A minha mãe adorava comemorar todos os dias festivos, todos, mesmo os mais insignificantes.

O dia da espiga não era excepção.

E o ritual deste dia era delicioso.

Faziamos um bolo. Normalmente de iogurte, que era o mais fácil de ensinar a duas crianças.

ìamos ao campo fazer os raminhos e depois lanchavamos no nosso quintal, porque era mais seguro do que estarmos sozinhas no meio do campo.

Estendiamos a toalha e ali ficávamos a conversar.

Eu, a minha irmã mais nova e a minha mãe.

Não era grande aventura, mas era um momento nosso. (Mal sabia eu a importancia que teriam na minha vida...)

O raminho ficava depois pendurado atrás da porta, até ao ano seguinte, para trazer sorte e saude.

Gostava que o meu filho tivesse esta oportunidade de gostar das tradições, de poder vivê-las. A nossa vida de hoje não nos dá esta hipotese e eu tenho pena por ele.

Se a minha mãe fosse viva, decerto estaria hoje a passear com o neto no campo e a lanchar com ele, no quintal da nossa casa.

E eu teria feito de tudo para sair do Porto a tempo de me juntar a eles numa fatia de bolo de iogurte.

Como antigamente.