È que era já a seguir...
Hoje fui, como habitualmente, ao ginásio na minha hora de almoço.
Eu corro para ir para lá e corro para sair de lá, por isso, este intervalo no trabalho sabe-me pela vida.
Como a aula só durou 50 minutos, pude almoçar no bar do ginásio.
Sentei-me e comecei a comer uma sopinha.
Estava eu a meio da dita, quando chegaram umas tias da minha aula.
Eram umas 5 e por isso queriam juntar mesas. E eu estava precisamente numa mesa a meio de duas outras mesas livres. Ou seja, estava a empatar os planos de convívio das tias. Disseram várias vezes alto "Oh, que pena, não há duas mesas juntas. Ah! Não há lugar para todas...". E eu, nada!!!!
Bem, lá se sentaram ao meu lado, depois do empregado se ter esmifrado todo a conseguir juntar duas mesas, e obrigado literalmente um casal a sair de uma das mesas ás pressas...
E a conversa começou. Jantares, bares, restaurantes, lojas, cabeleireiros, viagens.
E eu a tentar abstrair-me, que afinal de contas, eu vou ali para descontrair e não para ficar com mais nervos ainda.
A dada altura começa a conversa da crise, que isto é tudo invenção, que é uma desculpa, blá, blá.
Dei por mim a pensar, porra, que rica vida!
Mulheres ainda novas, todas bonitas e tratadas e que passam os dias a conviver, vão ao ginásio, á manicure, ao cabeleireiro, saem juntas, fazem viagens...
Mas eu alguma vez tinha pena de não precisar de trabalhar, de ter um marido que me sustentasse e ter esta rica vida????
Qual independência, qual quê?
Queria lá saber de ser uma mulher objecto, toda bonequinha, se não tivesse que andar nesta labuta e a contar os tostões...
Ia mesmo trabalhar, ia mesmo aturar clientes e fazer quilómetros por esse país fora...
E que era já a seguir...