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Contos sem nó

As minhas histórias

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16.05.09

Os meus vizinhos


Lila

Morar num apartamento foi, durante 25 anos, um verdadeiro mistério para mim.

Isto porque, enquanto fui solteira, morei na vivenda dos meus pais.

Uma vivenda literalmente no meio da parvónia, sem barulhos, sem transito, onde todas as pessoas se conheciam.

Se eu ia da minha casa, até ao café, cumprimentava todas as pessoas que passavam por mim.

E isso dá um bocadinho conta dos nervos, principalmente quando já se está numa fase diferente da vida, em que se namora, por exemplo, e toda a gente comenta, quer saber quem é, e inventa coisas.

Mudar-me para uma cidade grande e para um apartamento, pareceu-me um sonho.

Mas logo no primeiro apartamento onde morámos sofremos com a consequência lógica de viver num prédio.

Os vizinhos.

Tínhamos um terraço enorme, que rodeava toda a casa, e que estava mal isolado, o que fazia com que a casa da vizinha de baixo se enchesse de água.

Acontece que o terraço era considerado parte comum do prédio, ainda que com acesso exclusivo da nossa fracção.

E isto fez com que tivéssemos de esperar que o construtor fizesse as abras. E até que isto acontecesse, a mulher fez-nos a vida negra.

Morámos lá dois anos, até vir para a casa onde estamos actualmente. Um apartamento maior, sem terraços (livra!) onde podíamos fazer nascer o nosso filho, quando decidíssemos tê-lo.

O prédio e muito sossegado, estamos no ultimo andar, e não temos vizinhos ao lado.

Por baixo um casal de velhotes silencioso.

Uma gestão de condomínio meticulosa com limpezas e confusões.

Perfeito.

...

O pior é que no prédio ao lado do nosso, colado , parede com parede com os nosso quartos mora uma família de gente esquizofrénica, para dizer o menor dos seus males.

Pai, mãe e duas filhas lutam entre si, por vezes diariamente e aos gritos.

Já chamámos a policia várias vezes, quando as discussões entram pela madrugada.

Ultimamente as coisas andam muito calmas. E eu andava a estranhar os silêncios. E foi então que descobri que o pai está fora em trabalho há meses, e será ele o pólo destabilizador da casa.

Agora também soube na cabeleireira, que a filha mais velha fez um queixa contra a mãe na protecção de menores e não se falam.

Digam lá se não é uma pérola, esta minha família de vizinhos?

 

 

 

 

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