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Contos sem nó

As minhas histórias

Contos sem nó

As minhas histórias

19.09.10

Se eu não escrever, rebento.


Lila

Há coisas que eu não percebo.

Por mais voltas e voltas que dê, há coisas que eu realmente não entendo.

Eu não sou uma pessoa fácil, nunca fui.

Tenho um feitio bem tramado, sou obstinada e exigente comigo, mas também com os outros, o que muitas vezes, não é pacifico.

Costumo dizer que a única coisa boa disto tudo, é que tenho a verdadeira noção do quanto sou difícil, apercebo-me perfeitamente dos meus defeitos, sou a primeira a criticar-me, nunca precisei que ninguém me apontasse o dedo.

Ele já está espetado na minha cara, por mim mesma, há muito tempo.

E tenho o defeito que considero virtude, de colocar a minha família sempre á minha frente.

Mesmo que isso signifique abdicar de muita coisa.

Porque estar com o meu marido e com o meu filho é sempre mais importante do que tudo o resto.

 

Faz-me confusão que as pessoas se conheçam tão pouco.

Ou que a negação seja tão forte, que acreditam nessa negação, em vez de se aperceberem da realidade.

E que continuem a cometer os mesmos erros, mesmo que eles magoem os que estão á sua volta, uma e outra, e ainda outra vez.

Ou mesmo que não sejam erros, mas que mesmo assim magoem.

Como é possível?

Eu não consigo perceber.

Tento, tento, tento.

Passo noites em branco a pensar, e chego mesmo a duvidar da minha capacidade de discernimento.

Porque é tão absurdo, que parece irreal.