Ontem sai do trabalho um pouco mais cedo, fiz as malas no hotel e as sete e pouco estávamos a entrar na nossa casa. Foi uma maratona de fazer e desfazer malas, mas quase à uma da manha estava a deitar-me com quase tudo em ordem. E ainda fiz uma aula de yoga pelo meio. Não posso pensar em nada mais auspicioso para começar a vida numa casa.
Em seis semanas apurou o British accent. Adaptou-se muito bem ao tremendo ritmo de trabalho da escola. Vem sozinho, de táxi para casa quando termina as aulas e paga com o seu cartão. Vai ao Starbucks ao lado do hotel quando lhe apetece e agora até leva o sei chazinho para a escola na garrafa que comprou. Daqui a duas semanas faz 17 anos. Estou muito velha.
Tenho o hábito de me descalçar para entrar em casa e os meus fazem o mesmo. Já o faço há muitos anos, muito antes da Covid. Mas é uma luta para que as visitas cumpram essa regra. E eu muitas vezes acabo por ter vergonha de insistir. Aqui, os homens das entregas descalçam-se todos a porta. E a casa nem sequer está habitada ainda. Agora se os pés deles estão en melhor estado do que os saoatos… já e outra história.
Depois de termos passado os últimos dias a comprar móveis e tudo o que faz falta numa casa (já não me lembrava, são centenas de utensílios, principalmente para a cozinha) agora chegou a fase das entregas. Hoje fomos fazer caminhada na praia, a meio da manhã, incluindo no programa o nosso cafezinho no Starbuks. Passámos um calor terrível, que nem o banho de mar aliviou ( como? Se o mar está quente!). À tarde viemos esperar a entrega das camas. Aproveitei para distribuir sacos de compras pelas respectivas divisões. Como demoraram, viemos estrear a piscina e o jacuzzi. Amanhã temos mais 3 entregas e a limpeza profunda. Depois é ter coragem para voltar a fazer as malas, arrumar tudo o que comprámos e sair do hotel. Mal posso esperar! O JA precisa desesperadamente do seu espaço e nós de nos sentirmos em casa. Vamos ser muito felizes aqui!
Ontem encontrei esta fotografia e fiquei cheia de saudades de quando era pequenino. Passadas cinco semanas aqui, já teve dois ou três episódios de discussão, por estar afastado dos amigos. E onde eu sou sempre a culpada dessa tragédia. Adaptou-se bem a escola, fez amigos, mas continua agarrado aos de lá, em contacto permanente. Eu estava preparada para esses episódios, mas fico sempre triste. Consolam-me os momentos bons, que são muitos mais, mas como mãe, só quero ver o meu filho feliz. Sei que com o tempo, vai ver neste afastamento a oportunidade de crescer e ter um futuro melhor. Mas os quase 17 anos agora e em algumas ocasiões, não o deixam ver mais à frente. Eu, continuo segura de que tomamos a melhor decisão para todos. Mas que fico triste com os resmungos dele, fico.
Uma das coisas boas de morar aqui é a riqueza gastronómica. Todos os países aqui a volta e não só , tem restaurantes e oodemos experimentar novos sabores todos os dias. Ontem foi dia de Ramen. Adoro!