A vista do nosso quarto
Agora deixamos as cortinas abertas toda a noite. A vista é impressionante.
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Agora deixamos as cortinas abertas toda a noite. A vista é impressionante.
Uma pessoa tem que andar compostinha.
Como trabalhei ao Domingo, para mim ontem foi segunda, hoje é terça e amanha é quarta. Caraças. O que vale é que as sextas feiras aqui são mesmo boas, mas em compensação, os Domingos são uma fraude.
O meu telefone tocou hoje, pela primeira vez, em três dias. Enquanto não tenho o telefone de cá, é aproveitar este descanso.
...por incrível que possa parecer, com 49 graus, se tem arrepios de frio. No hotel é a toda a hora, parece um icebergue. Nas lojas, nos restaurantes, o AC esta nos píncaros. E hoje, ao final da tarde, já estava a anoitecer, fomos à praia, mesmo aqui em frente. O mar estava estupidamente quente, faz um efeito vasodilatador em mim, que o meu filho chama de antidepressivo. Fico mesmo relaxada, parece um banho de imersão, mas com sal. Deve fazer bem a alguma coisa. Ao sair, correu uma aragem e eu senti frio. FRIO. Eu sei, não tarda nada vou para estudo cientifico.
Ontem foi o meu primeiro dia de trabalho, oficialmente aqui. Já tinha começado na semana passada, mas convenhamos que a semana passada não foi propriamente uma semana normal. Acordei bastante cedo e fiquei a espera que o alarme tocasse. Não tocava, e já devia estar a tocar, mas não tocava. Demorei uns segundos a perceber que estava programado para tocar em dias úteis. Bolas, aqui a semana começa ao Domingo.Vieram buscar-me ao hotel as 8:30 e antes das 9 já estava no Lab Building, um edifício moderno e cheio de estilo, dentro do Science Park. O escritório é espaçoso e toda a gente me recebeu com muito carinho. O meu gabinete ainda esta a ser finalizado e por isso ocupei outro, de um colega em ferias. Andei as voltas na noite anterior para decidir o que vestir. A primeira impressão é super importante e eu não queira fazer má figura.. Acabei por levar um jumpsuit com padrão floral e senti-me confortável o dia todo. Almocei por lá com um colega francês, o office manager da Bio-Rad ME. Voltei ao hotel por volta das 5h e os meus homens não estavam. O JA passou o dia a fazer exames de admissão online e devia estar farto de estar fechado.Recebi um whatsap a dizer que tinham ido ao Mall of Emirates. Pela mesma via disse que ia lá ter. Mas depressa percebi que ia ser um castigo encontra-los, ate porque o telefone tinha acabado de mudar tarifário e o meu filho disse-me que para me ligar a internet mal chegasse, para poder contacta-los (os nossos telefones só comunicamos por whatsap e com wifi). Acontece que eu não tinha dinheiro no telefone e era preciso receber uma mensagem para activar o wifi. Por sorte, antes de sair do hotel, o meu filho tinha-me mandado uma fotografia de uma loja de que eu gosto muito, a Lush. Foi só andar meia hora as voltas, perguntar a duas pessoas e lá estavam eles, em frente à loja, à minha espera. Parecia que estava a ver a Luz. No regresso, de metro, passamos no supermercado que fica mesmo aqui ao lado e cozinhamos o nosso primeiro jantar. Com musica na coluna e zero televisão. A conversar. Fiz chá de spicy apple e fomos bebe-lo para a varanda. Uma calor de bradar aos céus, nossa Senhora. Primeiro dia de trabalho, check. Um dia de cada vez e devagar. Bastante devagar para assimilar tudo e não transpirar muito. :)
Chegamos na sexta-feira já de madrugada. Tive um ataque de choro no aeroporto, depois de me ter portado super bem ao fechar a porta da nossa casa, quando os amigos do JA apareceram de surpresa no aeroporto. A viagem correu muito bem, sete horas e meia que acabam por não ser muito penosas, entre refeições e filmes que fomos vendo. Trouxemos 8 malas, quatro grandes e uma media no porão, e três pequenas connosco na cabine. Para grande surpresa minha, não pagámos excesso de bagagem. Afinal de contas, trazer uma vida às costas não costuma ser leve. Não se partiu, nem se estragou nada, e a quantidade absurda de medicamentos , produtos para a pele e cabelos que trouxe, chegou intocável. Valeu bem a pena. Os produtos dos caracóis ainda não os descobri, mas os da pele existem aos pontapés por tudo quanto é farmácia. A bem dizer, ainda não pensei em nada que não haja aqui. Ontem dormimos a manhã toda (tínhamos ido para a cama perto das cinco da manhã entre chegar ao hotel e arrumar minimamente as coisas, com os meus dois homens a irem à rua jantar as quatro da manhã...)Sim, esta muita coisa aberta 24 sobre 24 horas) e a tarde foi passada a dar a primeira volta de reconhecimento na Jumeirah Marine, onde estamos hospedados, e o primeiro mergulho no mar mais quente do mundo. Chegamos ao restaurante para almoçar, completamente encharcados em suor, eu a transpirar do bigode e da prega das nalgas como gente grande. Estão quarenta e muitos graus, mas o que faz calor é a humidade. O bafo pega-se a uma pessoa e só sai com ar condicionado. Que felizmente abunda por tudo quanto é sitio. O apartamento é gigante, equipado com tudo, e tem uma vista de cortar a respiração. Não me canso de olhar pela janela deste vigesimo andar. Acabámos o dia na piscina do hotel, eu a ver o meu filho, este adolescente corajoso que deixou para trás os amigos, a brincar com o pai e a rir à gargalhada. E a pensar como raios estamos aqui, assim, de repente, numa vida nova.
Sei que vão vir dias maus, mas ontem foi um dia muito bom.
E conselhos da especialista para manter os caracois saudáveis com 50 graus de temperatura...
Há um ano e oito meses que não nos encontrávamos e foi tirada a ferros esta data! Eu estou assoberbada de coisas pre viagem para fazer, elas no meio de férias. Mas ainda bem que deu. As minhas amigas mais antigas, 30 anos de histórias para contar.
E de repente, tornou-se tudo mais real. Nós vamos mesmo viver para o Dubai. Encontro em mim uma coragem que desconhecia. Tenho medo, muitas vezes a cada dia e principalmente, a cada noite. Mas respiro fundo e repito para mim mesma que vai correr bem. Só pode correr bem. Temos tudo para dar certo. Não sei de onde fui tirar esta força, mas ela existe e empurra-me para a frente. Para longe. Para melhor. As palavras de coragem dos que nos querem bem também ajudam. E dazem-me querer não os desiludir. Daqui a 5 dias, estamos a voar.