Factos sobre a quarentena-Parte 2
1. Depois de quatro semanas, já não acordo a meio da noite com sintomas de Covid.. Acho que o meu cérebro já se convenceu de que não vale a pena inventar coisas estúpidas para me assustar. Mais assustada do que que estou ao pensar que isto nunca mais tem fim, é impossível.
2. A mania da limpezas foi suavizando, mas não morreu. Ainda ontem ao final da tarde limpei o tecto e as paredes da cozinha e das duas casas de banho, com lixívia (e ai sim, fiquei com falta de ar e com tosse, mas não foi do vírus).
3. O trabalho esta semana chegou aos montes. Acho que andava tudo meio adormecido mas depois de um mês de confinamento, não há mais remédio senão começar a fazer coisas e tomar iniciativas. Temos que assegurar que não vamos todos para o real olho da rua a seguir a isto.
4. Tenho tantas saudades de ir a um restaurante. Tantas, tantas, tantas. E de não fazer almoço, lanche e jantar. E de não arrumar a cozinha. Porra. Deve ser uma das coisas que mais me faz falta. Acho que vou começar já a fazer reservas.
5. Hoje fui buscar frutas, legumes e pão a casa do meu pai. Não entrámos, mas deu para atenuar as saudades. Por minutos, achei que estava tudo bem, só de o ver e ouvir a sua voz sem ser pelo telefone.
6. Uma coisa mesmo boa disto tudo é ter o meu marido em casa há um mês. A nossa família deve ser das poucas que aprecia o tempo juntos, de verdade. Fomos privados disso durante muito tempo.
7. Uma coisa mesmo má disto tudo é quando ele decide espalhar meio mundo de coisas electrónicas no escritório e outro meio mundo de cenas culinárias na cozinha. Dá comigo em doida. ( Leva-me COVID.)
8. O governo conseguiu que fizesse um temporal estes dias para ficarmos ainda mais em casa, não foi isso? Respect.
9. As aulas online começaram hoje e o meu filho terminou o primeiro dia de rastos. Se isto for sempre assim durante os dois meses, vou ter que o internar.
10. Não vou falar do estado das minhas unhas. Até tenho dores de tão cortadas que estão pelo sabugo e ainda assim conseguem partir-se. Volta Betinha, vooooooltaaaaaaa.
11. Continua a cair-me cabelo como se não houvesse amanhã (a dermatologista diz que é do stress do momento). Acho que rapidamente o problema de não haver cabeleireiro se vai resolver para mim.
12. Hoje falei italiano com colegas de Nápoles e de Milão ao telefone e ambos acharam que o melhorei bastante a minha fluência. Acontece muitas vezes em pessoas com stress pós traumático ou depois de cirurgias,.Começam a falar idiomas que desconheciam ou falavam miseravelmente. Deve ser o meu caso. (vou experimentar a ver se já sei tocar violino)