Tenho duas irmãs, uma maior, outra mais pequena. As duas muito diferentes, entre elas e de mim. Tenho a maior sorte do mundo em tê-las na minha vida, adoro-as de coração. Com elas dou as melhores gargalhadas, há coisas que só elas entendem, passamos momentos fantásticos juntas, numa cumplicidade que ninguem mais entende.
Foi decisão minha não dar essa vivencia ao meu filho. Pode ter sido uma injustiça para ele, mas não tinha mesmo essa capacidade. Espero que o meu filho encontre noutras pessoas, o amor fraternal de um irmão, como eu também encontrei em algumas, poucas amigas.
Um beijo do tamanho do mundo às minhas manas, que me deram um presente absolutamente impagável: os meus sobrinhos.
Um calor dos diabos. Um cansaço físico tão grande que acho que não vou aguentar. Falta mais um dia inteiro de reuniões em vários pontos de Madrid. Porque é que não me sai a lotaria?
Três dias de um lado para o outro. Visitas e reuniões bastante duras. Estou a obrigar-me a fazer um exercício de pacificação com os temas, para não entrar em pânico. Vamos ver se resulta.
Acordámos mais cedo do que devíamos, já que a cerimonia da bênção da fitas hoje nos calhou á porta e o barulho era incompatível com sono. Acabou por resultar num pequeno almoço mais cedo e num café com calma, na esplanada, a fazer tempo para vir fazer perguntas de ciências ao rapaz. Está tudo sabido, mas ainda há teste de francês, de formação musical, de historia... Ainda faltam duas semanas de stress e depois começam fins de semana mais tranquilos, também para mim, já que o exame de italiano vai ser na outra segunda. Depois de dia 8, ficamos quase todos de férias (eu acho que não estudar ao fim de semana já são ferias e das boas).
O meu filho está sem telemóvel desde quinta-feira. Comportou-se mal e decidimos dar-lhe esse castigo. Desde esse dia, começou novamente a ler e a desenhar. Está tranquilo, amoroso e divertido como sempre.
Não digo que as crianças não devam ter acesso à tecnologia. É um avanço cheio de coisas boas (desde que está sem telemóvel não temos noticias dele enquanto está na escola e isso angustia-me um bocado) mas temos clara noção da dependência que causa, do tempo que ocupa e que rouba a outras actividades, da influencia que cria.
Hoje fomos almoçar os três e o meu filho esteve sempre colado a mim. E eu, ainda que por momentos e tempo limitado, consegui tira-lo à adolescência e mima-lo. Sem distracções.
E venho com o meu coração cheio, a transbordar, pronto para outra.
Depois de uma semana de loucos, de uma manhã de reuniões e problemas e mais problemas, almoçámos os três juntos. E não há nada que um sorriso dos "meus dois" não cure.
Tenho uma sensação de perda de controlo que me está a custar a digerir. O meu filho, a mais amorosa das crianças cresceu, e esta semana mostrou-me que já não é o meu bebe. Eu sei que faz parte deste difícil processo de ser mãe. Eu sei que eles crescem, que saem debaixo das nossas saias e que vão querer voar. Mas doí. Dói muito. E tenho já saudades de deixar de ser a sua princesa, dos seus abraços quentinhos, de quando lhe dou mimos e fala como um bebé para me fazer rir. Receio que o vá perder pouco a pouco para essa terrível adolescência que nos toma os filhos e lhes chama seus.
O trabalho está um caos, o meu filho decidiu dar mostras de que as suas hormonas adolescentes estão activas, a minha irmã passou a semana em fisioterapia e hospitais e está de colar cervical, desesperada com dores, o meu filho está cheio de testes, o que significa que estamos a estudar TODOS, tenho exame de italiano e eu estou sem forças.
