Eu quero é ser (continuar) feliz
Há dias em que é preciso fazer um esforço sobrenatural para conseguir não ser arrastada por maus agoiros, dramas desnecessários, brigas infantis e discussões sobre nada de mais. Eu sou, de natureza, um bocadinho drama queen. Os meus amigos dizem que sou um bocadinho exagerada, na forma como falo e consequentemente, que empolo as coisas que digo. Têm de me perdoar, não é defeito, é feitio. Apesar desse defeito de carácter, a idade tem-me trazido uma sabedoria que adoraria ter recebido há vinte anos. Ter-me-ia poupado a tantas dores de cabeça, a tantos choros, a tempo mal gasto, tempo precioso que se desperdiça com amuos. Fico feliz comigo, por já conseguir deitar disparates para trás das costas, aproveitar coisas que antes julgava e sentia como sacrifícios, dar tempo ao tempo e aproveita-lo como se fosse o ultimo que tenho. Como se estivesse contado. Se consigo a 100%? Não, infelizmente. Ainda me aborreço muito, ainda acho as minhas viagens de trabalho uma verdadeira chatice até chegar ao destino e desfrutar dos sítios, do tempo, das pessoas. Nunca antes. Mas pouco a pouco, vou conseguindo. Oiço verdadeiras barbaridades e não me enervo (muito), desvalorizo, faço orelhas moucas. Desde que tenho ajuda cá em casa, até tenho controlado a minha paranóia pelas limpezas e a malta cá de casa fica mais feliz. Já sou capaz de discutir com o meu marido sobre qualquer banalidade e meia hora depois ter-me esquecido. Esta é, sem duvida, a melhor parte. Porque o que vale mesmo a pena é lutar para ser feliz, sempre de consciência tranquila.
Bom fim de semana.