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O fim de semana foi muito bom.
Acho que a nossa relação se fortalece nestes momentos a dois, carregamos baterias para os tempos duros que normalmente atravessamos.
Desta vez, estivemos nos locais onde o A. trabalha, onde vive na Alemanha, onde almoça, onde faz compras.
Fez questão de me mostrar cada um dos recantos, cada uma das lojas de que me fala.
Os olhos dele brilhavam por poder partilhar esta parte da vida dele, da qual nós estamos afastados pela distância.
No sábado, depois de termos visto tudo na cidade da WW, ainda fomos à opera em Hannover.
No Domingo, apanhamos o comboio e fomos almoçar com um amigo alemão, que viveu cá vinte anos.
Regressámos à noite, com o coração cheio.
A família reuniu-se ontem, com o regresso do filhote, depois de uma semana aos cuidados da avó.
Foi um castigo para o convencer a vir...
Aproveitar as férias da Pascoa para estar mais tempo com o meu filho.
Estes dias de Primavera também levam a que aproveitemos para lavar e estender ao sol!!!!
Os peluches do JA de vez em quando, vão à maquina.
Hoje, foi dia.
Estava eu na minha vidinha, entre conference calls e forecasts, quando recebo o cartão de embarque para um voo à tarde.
Aparentemente o homem não consegue ir para casa hoje e então, não vai em conversas.
Vou lá eu.
Ainda mais quando temos um filho que nos abandonou e quer ficar com a avó no Algarve até não lhe restarem mais desculpas.
Foi ao argumento perfeito para o meu marido.
Depois de ter o boarding pass, começou uma correria para acabar tudo que tinha para fazer, atirar coisas para dentro da mala, ligar para o santo do meu pai a dizer "estou a ir para ai, leva-me ao aeroporto AGORA!!!!!".
E pronto.
Estou em Zurich, à espera do voo para Hannover.
Sim, é esta a estopada que o meu homem faz todas as santas semanas.
Parece que o voo de regresso é directo. Milagre.
Valha-nos isso.
Ontem estive uma hora a encher a minha sobrinha Margarida de beijos.
Ela, amorosa e carinhosa, não reclamou uma única vez, deixava-me estrafega-la com beijos, deixava-me aperta-la, cheirar aquele aroma bom de bebé, rindo-se da minha lamechice.
Voltei para casa com o coração cheio e a pensar no que gosto dos meus sobrinhos.
De todos eles.
A Margarida é a bebé mais fofa do mundo, como também já foram a Ângela e o Pedro.
No caso dela, filha da irmã que eu ajudei a criar, que foi mais minha filha do que minha irmã, no caso da Margarida, sinto-a como muito mais do que sobrinha.
É mesmo muito especial, ver um rebento da nossa irmã mais pequena, da nossa menina, ainda por cima quando elas se parecem tanto. Faz-me lembrar a minha boneca viva, aquela que me foi oferecida quando tinha quase oito anos e da qual eu jurei cuidar e proteger para sempre.
A Ângela foi a primeira. Veio sem que estivéssemos à espera, a minha irmã ainda era solteira. Lembro-me de cada uma das vezes que tive que ligar o secador na casa de banho, para esconder da minha mãe, as sessões de enjoo matinal da minha irmã.
A Angelita foi a primeira neta, a primeira sobrinha e no dia em que ela nasceu apareceu-me uma borbulha de stress no meio da bochecha que parecia um Evereste, tal foram os nervos. Todas minhas as fotos com a princesa, dessa semana, deviam ser queimadas.
Chorava como uma Madalena e eu estive lá, muitas vezes, todas as que consegui, tentando evitar que a minha irmã ficasse louca.
O Pedro, ai, esse menino demorou muito para chegar.
Fiz não sei quantos testes de gravidez à minha irmã, fui com ela ao especialista de fertilidade quando pensou que nunca mais ia engravidar.
Aconteceu naturalmente depois da segunda consulta.
O Pedro já foi ao meu casamento, a minha estava grávida de 3 meses nesse dia.
Quando nasceu, estava no hospital, a roer as unhas até ao cotovelo.
Liguei ao meu cunhado a informar que era um menino (a minha irmã não quis saber o sexo em ambas as gravidezes...) e pude vivenciar a alegria dele.
Ainda me lembro do cheiro que tinha, do toque da sua mãozinha, quando o afaguei, no caminho entre o bloco de partos e o quarto, acabado de nascer.
Tenho um orgulho imensurável nos meus sobrinhos, vibro com cada uma das suas conquistas, adoro vê-los crescer lindos e cheios de projectos.
E chego à conclusão de que não são só as avós que são mães duas vezes. A tias também. Pelo menos as babadas, como eu.
Que murro no estômago.
Jennifer Aniston despe-se da eterna menina dos Friends e das comédias românticas light e interpreta o papel da sua vida, um papel que lhe dará decerto, a nomeação para um Oscar.
Neste filme, Jennifer interpreta uma mulher com dor crónica, que mais do que física é emocional.
Desfigurada, amargurada, dependente de analgésicos, quase imobilizada, faz-nos doer na pele sempre que se movimenta.
Muito bom. Forte, intenso, daqueles que nos deixam a pensar na vida e na sorte que temos por podermos respirar sem que nos doa.
No corpo e na alma.
Acordar sem despertador ( a mente de uma pessoa é tramada e tem os horários programados...) ter tempo para fazer elíptica, tomar um duche e arranjar-me sem ter ninguém à espera para usar a água quente, tomar pequeno almoço sentada, sem estar aos gritos para que o gaiato se despache, que são horas, que vamos chegar atrasados...
Isto de ter férias da família, de vez em quando, sabe mesmo bem.
(mas já estou morta de saudades dos beijos do meu filhote e custa-me tanto quando ele começa a adiar a volta...está mesmo muito bem sem mim, o danado...)
Nunca fazer uma mascara de argila preta quando se tem as unhas pintadas de nude.
...da família.
O filho foi de férias para o Algarve, onde tem a prima e uma amiga, passeios na praia, os mimos da avó e um quintal gigante com coelhos e galinhas para brincar.
O marido foi hoje de madrugada para a Alemanha e eu fiquei home alone.
De vez em quando sabe bem.
Sai do trabalho directa para o cinema.
Quando cheguei a casa, depois de um banho quentinho e de uma mascara de beleza, comi uma salada das minhas e estou a desfrutar da minha solteirice.
Tenho muitas saudades dos meus homens, fazem-me muita falta, mas só por uns dias...ai, estava mesmo a precisar de sopas e descanso.