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Contos sem nó

As minhas histórias

Contos sem nó

As minhas histórias

28.01.14

Do estilo de cada um


Lila

Aprendi há muitos anos, tantos quantos tenho de trabalho nesta área, que não podemos vestir qualquer coisa, como na maioria das profissões.

Nesta profissão, temos que vestir-nos com algum requinte.

Para os homens não há grande volta a dar.

Apesar de nos dias de hoje, já encontrar colegas muito elegantes e formais, sem gravata.

Quando eu comecei, ir a uma reunião com um cliente sem fato e gravata, era impossível.

Eu nunca fui de vestir fato.

Tinha colegas mulheres que usavam e foi na Bayer, onde comecei, que defini o meu estilo, que foi mudando, obviamente, mas que está mais ou menos dentro das mesmas coisas dessa época.

Eu gosto de vestidos. Acho os fatos muito aborrecidos.

Os vestidos são formais, não precisam de grandes conjugações (como as saias ou as calças) e ficam sempre bem.

Aos vestidos adiciono, de Inverno, umas botas altas e meias até ao joelho.

Com penas na zona do joelho, com laços, simples, com padrões.

O ano passado aderi às legguings e há vestidos curtos fantásticos para vestir com elas.

Todos os meus vestidos são baratos, coisas que encontro no mais variado tipo de lojas e que se enquadram no que gosto. Há uns anos tinha um vestido comprado no chinês que toda a gente gabava... Os únicos vestidos mais caros que uso são da Desigual. E agora tenho um novo da Sahoco, oferecido pela mana Dora no Natal (sim, a minha irmã podia ser consultora de imagem).

Tenho um único fato, muito bonito, também oferecido pela minha irmã Dora(sim, a minha irmã podia ser consultora de imagem)., que visto de vez em quando, para quebrar os vestidos. Num congresso, por exemplo. Ainda por cima porque tem um padrão muito discreto, mas é diferente do típico fato cinzento. Uso-o com uma blusa de cetim e quebra completamente o escuro do fato.

E depois tenho saias. Curtas.

Com detalhes diferentes, com pregas, aos quadrados.

Calças, nunca uso. Só de ganga, ao fim de semana.

Quando tenho que planear a mala para uma semana de trabalho, penso sempre que apresentações tenho que fazer e escolho os vestidos adequados.

Digam o que disserem, se estamos numa sala a ouvir alguém falar, vamos reparar no que tem vestido, se tem as unhas arranjadas, se está com umas olheiras até à boca.

Por isso, tento estar impecável, para que me oiçam e não se distraiam com outras coisas de menor importância.

E para que recordem essa apresentação.

Falo disto porque em todos estes anos, trabalhei com muitas colegas, cada uma com o seu estilo.

Pessoas que se vestiam melhor ou pior, com coisas mais ou menos caras.

Em Espanha, há de tudo.

Mulheres clássicas, desmazeladas, normais, requintadas, muito maquilhadas.

Mas sempre diferentes de mim.

Quando chego ao escritório de Madrid, há sempre quem me gabe uma mala, uns sapatos, e principalmente os vestidos.

Os vestidos são a minha imagem de marca nesta companhia.

Hoje, a apresentação foi feita com uma colega espanhola, uma colega do tipo "vesti o primeiro que me apareceu" de toda a vida.

Tem um estilo de vida bastante radical e isso vê-se na suas escolhas de roupa para trabalhar (eu acho-a sempre um bocadinho desmazelada).

E estávamos praticamente iguais.

Parecia uma farda da empresa.

Um vestido preto, com o mesmo tipo de decote, botas altas, só lhe faltavam as meias...

Não me aborreceu nada, até porque temos um corpo tão diferente que mesmo que fosse exactamente o mesmo vestido, pareceria outro.

Mas percebi que, foi feito um esforço para estar à minha altura. Ela pensou nisso.

Como eu já fiz com outras pessoas com quem trabalhei (tinha uma colega em França que me auto obrigava a esmerar-me de cada vez que estávamos em reunião. Achava-a tão bonita, tão elegante na sua simplicidade,  que se eu estivesse mais normal, simplesmente desaparecia do cenário...).

 

E esta situação do vestido foi de certo, algo assim.

Uma coisa tão simples, que me fez ficar contente comigo própria.

 

 

 

28.01.14

Intervenção


Lila

Para uma dose extra de tristeza, nada melhor que uma intervenção completa, mesmo que tenha sido de mim, para mim.

Cheguei ao Hotel em valencia e fiquei encantada.

Que lugar bonito para passar um fim de semana!

 

 

Enfiei-me mais de uma hora no ginásio, corri, andei de bicicleta, trabalhei braços, fiz alongamentos.

Sai encharcada em suor e muito menos mal humorada.

 

Já no quarto, lindo, confortavel, enchi a banheira para um banho de espuma e enquanto isso, apliquei em mim mesma o metodo Callie Torres, da Anatomia de Grey. Dançar como uma louca em lingerie. Não há nada mais libertador.

As cenas da série em que a Callie dança sozinha, em cuecas, são muito divertidas e eu sou uma adepta desta actividade para todos os dias. Especialmente nos difíceis...

 

Depois do banho de espuma, vesti o roupão e pedi uma salada de queijo fresco e frutos secos em room service.

 

Deliciosa!

Não me apetecia sair, está um frio terrível (Espanha está em alerta laranja a partir de hoje à noite) e tenho imensas coisas para fazer no computador.

 

Estou a trabalhar com mais afinco, menos triste.

 

Intervenção de mim para mim executada com sucesso!

Tem que haver vantagens neste trabalho...

28.01.14

Murcia- Alicante- Valencia


Lila

Continua a minha volta a Espanha.

Hoje tivemos apresentação logo pela fresca e parece-me que não correu mal de todo, apesar de ter dormido pouco e mal.

 

Depois, pé na tábua até Alicante, mais uma reunião.

O que me valeu foram os dias estarem tão bonitos, senão estas horas de carro por caminhos desconhecidos tinham sido um suplicio.

27.01.14

Entre Valencia e Murcia


Lila

 

Cheguei cedo ao aeroporto, com tempo para me sentar no Starbucks e beber um Chai Tea Latte, a minha perdição.

Respirei fundo, fechei os olhos.

Mais uma semana. Mais um fim de semana para esquecer.

O voo saiu a horas e não fosse um aviãozinho de brincar o que nos transporta até Valência, ate tinha sido uma hora e meia bem passada. O problema é que o aviãozinho de brincar faz muito barulho e é muito desconfortável.

Basta dizer que tenho que entrar com a cabeça encolhida, não va fazer um traumatismo craniano,  para se perceber o resto do cenário.

Chegada a Valência, aluguei um carro e seguiram.se três horas a conduzir até Múrcia.

Fiz a viagem sem pausas, mas também sem grande dificuldade.

O stress de não fazer a mínima ideia de onde estava e para onde tinha que ir, manteve-me desperta e alerta.

E foi só nos troços de auto-estrada em que o GPS me tranquilizava dizendo que tinha que seguir 50 km em frente, é que a angustia se abatia sobre mim.

Fartei-me de chorar nesta viagem, mas ainda não chorei tudo.

O aperto no peito continua cá.

A fase negra do ano passado não acabou com o fim do ano e teima em arrastar-se ano novo dentro.

Não esta a ser fácil.

Nada fácil.

25.01.14

Campeonato


Lila

A tarde toda num campeonato de esgrima.

E desta vez, o rapaz não estava nada motivado, parecia adormecido, anestesiado.

E claro, não correu bem.

Desde o primeiro campeonato a que foi que não tinha uma prestação tão má.

Em 8 assaltos ganhou 3.

E nas que perdeu, perdeu à séria.

No próximo sábado (de madrugada) há outro.

Dessa vez e pela primeira desde que começamos esta saga, não vou.

São quatro horas de competição e eu estou esgotada.

Semanas a viajar e a levantar de madrugada.

Este sábado, não, vou passar.

Vai o pai, que estará a semana toda a trabalhar em casa e está folgado.

 

25.01.14

Back in time


Lila

Fico sempre emocionada quando vejo alguém, numa entrevista responder que se voltasse atrás no tempo, não mudaria nada.

Eu, se voltasse atrás vinte anos, sabendo o que sei hoje, acho que não fazia  absolutamente nada igual.

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