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Contos sem nó

As minhas histórias

Contos sem nó

As minhas histórias

31.10.13

Com desejos


Lila

...de batata doce.

Não sei o que me deu, mas estava louca por comer batata doce.

O homem foi comprar e já comi.

Pronto.

 

 

31.10.13

O verdadeiro dia dos finados


Lila

O pai da minha cunhada faleceu ontem.

Hoje tive um funeral pela manhã.

Programa adequadíssimo ao dia de hoje...

E parece que a má sorte não fica por aqui (o trabalho vai de mal a pior).

29.10.13

Ontem


Lila

Ontem foi um dia filho da mãe.

Para começar, aconteceu-me algo que eu temo sempre, mas que não me lembro ter acontecido nos últimos anos: o meu despertador não tocou.

Deitei-me tarde no Domingo porque cheguei tarde da viagem e ainda estive a trabalhar.

Acordei as 6h da manhã e já não cheguei a dormir profundamente, estive ali às voltas.

E no meio das voltas, lembro-me de ter pensado assim "bolas que esta hora está a render imenso".

E foi então que decidir olhar para o telemóvel.

Pânico.

Eram 7h20.

Tomei o duche mais rápido da minha vida, vesti-me, maquilhei-me (bem, agora com as pestanas lindas que tenho, a maquilhagem resume-se à base e a um pouco de blush, só para não parecer que estou morta e ainda não dei por isso) e desci de escantelhão para o pequeno almoço.

Sim, porque jejuar de manhã não é para mim.

Eu posso não jantar (e faço-o cada vez mais, durmo muito melhor de barriga vazia do que de barriga cheia), mas o pequeno almoço para mim é sagrado.

Ás 8h já estava a fazer check out e pronta para ir para o Hospital.

(Calma, eu trabalho em hospitais).

Uma manhã cheia de reuniões, uma mistura explosiva entre inglês e espanhol, acabando irremediavelmente numa língua estranha que não se parece nem a uma coisa nem a outra, e a viagem de regresso a casa.

Mais seis horas de tortura.

Quando cheguei, ainda fui buscar o miúdo á esgrima, fazer-lhe jantar, arrumar a mala, fazer uma maquina de roupa e dar um jeito à casa, que quando eu não estou parece que a segunda guerra mundial rebentou outra vez e só naquele piso do meu prédio.

Deitei-me exausta e não dormi bem.

Acontece sempre que estou demasiado cansada e desgastada.

 

29.10.13

Ás sete da manhã já é dia


Lila

E eu equipei-me e fui correr meia hora.

Trinta minutos de sol, num dia luminoso, com o fresco da manhã no rosto.

Cheguei muito transpirada, muito cansada, mas com a sensação de dever cumprido.

Adoro ir trabalhar já com "a coisa" feita.

O duche sabe melhor, melhora-me o humor, enche-me de energia.

 

É o que eu sempre digo.

De Inverno faço mais exercício.

O calor poe-me mole.

 

27.10.13

E por falar em solidão


Lila

Já é um hábito viajar sozinha.

De avião, de comboio, de carro.

Mas hoje, hoje foi particularmente difícil.

Seis horas a conduzir, ainda por cima hoje anoiteceu mais cedo e fiz metade do caminho de noite.

Quando cruzei a fronteira e me vi em Espanha, por estradas escuras, só me apetecia chorar.

E se me acontecia alguma coisa naquelas estradas desertas, tudo tão escuro, tão longe de casa?

Fonix, esta profissão é lixada nestas coisas e cada vez me canso mais com estas aventuras.

Se a minha titi fosse viva, estava já a dizer "ai, filha, a tua mãe tinha um desgosto se te visse nesta vida".

Desgosto não digo, mas uma preocupação do catano, disso, não se escapava.

 

P.S. Mas já estou em Santiago, o Hotel é muito moderno e confortável.

Ainda tenho que trabalhar antes de dormir, que é mesmo o que me está a apetecer.

 

27.10.13

pablo e outras coisas


Lila

 

Há uma primeira vez para tudo.

Lembro-me perfeitamente da primeira vez que fui ao cinema sozinha.

E de me ter feito imensa confusão, não por ter medo que alguém me  achasse solitária, por qualquer juízo de valor que se faz sempre a uma pessoa que vai a algum sitio sozinha.

Apenas porque gosto de partilhar, de comentar,  e sozinha, falta essa parte.

Fui ao cinema sozinha pela primeira vez quando andava na faculdade.

Depois dessa vez, já fui centenas.

Aliás, agora vou quase sempre ao cinema sozinha.

Ontem, quando estava a caminho do concerto do Pablo Alborán, pensei que seria o meu primeiro concerto a um.

Mas não era, lembrei-me depois.

O primeiro foi da Mafalda Veiga nos tempos em que eu era uma grande fã, principalmente de um disco que ainda hoje mexe muito comigo.

O meu marido não gosta e eu acabei por ir sozinha, uma vez que ela veio a Setúbal, ao fórum Luísa Todi.

Tinha dois bilhetes e fui sozinha.

Lembro-me de olhar para o lugar vazio ao lado e chorar, emocionada pelas letras da Mafalda e não só.

Ontem foi diferente.

Era um super concerto, uma enorme vontade que eu tinha de vê-lo ao vivo, depois de ter falhado não sei quantos concertos por vários motivos.

Comprei bilhetes há um mês.

Era desta, desse por onde desse.

Esta semana percebi que iria sozinha.

Por muitos motivos e mais um.

Foi preciso coragem, não se entra num concerto onde estão casais, amigas, famílias, assim sozinha, e se passa despercebida.

Ainda ponderei não ir, ainda desafiei a minha sobrinha, a minha melhor amiga.

Mas depois enchi o peito e fui.

Caramba, eu entrei na igreja sozinha, para me casar! (Foi um prenuncio!)

O concerto foi magnifico. Duas horas e 15 minutos sem uma pausa, com efeitos de luz, coreografias, todas as musicas que eu adoro, ele com uma simplicidade bonita, muito carinhoso com o publico, lindo, lindo de morrer.

Fiquei num lugar bastante central (isto de ir sozinha tem as suas vantagens) e emocionei-me muito.

Chorei, ri, dancei.

É difícil ir a um concerto em que se saiba todas as letras e eu sabia.

Cantei o tempo todo.

E depois entra a Carminho e o meu coração cai ao chão, desfeito.

Que cumplicidade, que voz aquela.

 

Ontem, senti um misto de emoções.

Estou a passar uma fase menos boa, daquelas em que pomos em causa quase tudo.

Uma fase muito estranha no trabalho, uma fase muito estranha a nível pessoal.

De ponderar se será mesmo isto, se não deveria mudar tudo.

Estou desiludida com pessoas, com o egoísmo delas, com o seu egocentrismo.

Perceber que afinal, eu estou na vida como estava ontem no concerto.

Sozinha.

E tudo isso me magoa.

O concerto também me serviu para pensar no que vale ou não a pena.

Pensei no "Tu, si que vales" da minha querida Margarita.

Pensei que à vezes vivemos numa bolha de ilusão, à espera que os outros mudem, que nos valorizem, que gostem de nós.

 

Talvez seja só uma fase.

Deve ser isto a crise da meia idade (ou da mudança da hora).

 

 

 

 

 

26.10.13

JA, todo um estilo


Lila

 

Ontem, quando fui busca-loo à casa da Mafalda, a mãe disse-me que tinha sido o único a pedir permissão (e por sorte não pediu para saber quem era o mais velho da mesa, porque foi assim que lhe ensinámos, é ao mais velho que pede permissão) para se levantar da mesa e que o acharam muito educado e sossegado.

Hoje, esteve um bom bocado a produzir este look, todo futurista.

Tem nove anos, esta criatura.

E com a sorte de lhe ter calhado este pedacinho de cara, meu Deus...

É melhor começar a preparar-me para as resmas de gajas que me vão andar aí a rondar a porta...

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