E o que tu gostavas de festas, de eventos, de comemorar datas, fossem quais fossem.
Os aniversários não eram excepção, os teus, os nossos, principalmente os nossos.
Agora penso que esta animação com as datas (os santinhos todos, a Pascoa, o carnaval, o são Martinho, o dia da espiga..) devia dever-se ao facto de não teres dia de aniversário anualmente, como o comum dos mortais.
Antes do jantar pediu-me para brincarmos ás escondidas.
Ficou ele a contar e eu escondi-me.
Ele encontrou-me atrás da porta da sala, num instante.
Fiquei eu a contar.
E depois procurei-o na sala, na cozinha, no escritório, no quarto dele, no meu, nas casas de banho, dentro da banheira, debaixo da cama.
E depois comecei a ficar nervosa.
Já transpirava.
Mas onde se meteu ele, meu Deus?
Nas varandas?
De repente, fez-se luz.
Estava metido dentro do armário do quarto dele, acocorado e vermelho de entusiasmo.
Nunca, nem quando era pequenino, me tinha feito uma destas.
Ia-me dando um fanico.
Levou um raspanete, ao qual respondeu que não lhe faltava o ar porque as portas são de correr e ele deixou um bocadinho aberto...
(mas caramba, é bem feita, que eu, quando era pequena, fiz dezenas destas aos meus pais. Era a rainha do esconderijo...quase que matava a minha mãe de susto a toda a hora...)
O que eu dava para voltar a ter coragem e paciência, saúde e vontade para passar a noite acordada a ver os Óscares e depois ir trabalhar de manhã, fresca e fofa, como se nada fosse,
Longe vão os tempos, longe vão esses bons velhos tempos.
(a piorar tudo está esta maravilhosa constipação que me assolou na sexta feira, para estragar o fim de semana...)