-"Mamã, diz-me a verdade. Quem é a fadinha dos dentes?
Mesmo a verdade, por favor.
-Oh, filho...
-Diz-me a verdade.
-Pronto, são os pais.
-Eu sabia, Porque é que me mentiram?
- Filho, não é uma mentira, é uma história bonita, uma lenda e gostávamos que pudesses vivê-la... Lembraste da ratinha do livro? Então, contamos-te essa história, é bonito quando os meninos acreditam...
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-E o pai Natal? Também são vocês, não é?
- ...(silencio)
-Filho, umas prendas são os pais, mas as tuas é o Pai Natal quem compra.
- E depois sobe pelas paredes, é isso?
- Não, a carruagem dele é que voa.
-...
- Filho, ele só existe se tu acreditares...
...
Muda de conversa e faz-me um daqueles olhares de "pronto, eu faço-te a vontade..."
Pronto, a 15 dias dos sete anos, acabou-se o sonho.
Hoje reunimos manas, pai, cunhados e sobrinhos, todos juntos na mesma mesa.
E foi um daqueles almoços até as seis da tarde, com direito a todas as conversas, e aos já famosos ataques de riso.
Na minha família fala-se muito alto, atropelamo-nos uns aos outros nas conversas, rimos ás gargalhadas.
As vezes paro para pensar, no meio daquele alvoroço todo e penso que para os meus cunhados não deve ser fácil integrar-se, fazer-se ouvir, opinar, porque nos somos mesmo muito barulhentos.
Mas eles lá sobrevivem, nem sei bem como.
Hoje foi um dia bom.
P.S. e que bom é ver quão apaixonados estão a minha irmã caçula e o meu cunhado, quase a completar um aninho de casados. Ele sempre tão carinhoso, é mesmo bonito de se ver.