Ontem, pela primeira vez na minha vida, fui a uma corrida de touros.
Bem, talvez não possa dizer que foi a primeira, porque em pequena já tinha assistido a uma novilhada e chorei o tempo todo.
A minha mãe jurou para nunca mais.
Desta vez fui a convite do meu primo Custódio e só por ir sair com ele, só os dois, como fazíamos quando eu era solteira, achei que valia a pena o risco.
E de facto, foi engraçado.
Praça de touros repleta.
Uma mescla de luzes e de cores.
E depois este cavaleiro que muitos acham ser espanhol, mas que é do Montijo.
Este rapaz tem um fogo, uma magia na sua relação com os cavalos, que mesmo não sendo aficionada, emociona.
Acho que valeu muito a pena e para além da corrida, eu e o meu primo, pusemos a nossa conversa em dia.
Tres horas e um rabo completamente dorido depois (caramba, quem aguenta estar sentado em pedra tanto tempo?), regressei a casa com uma sensação boa na alma.
Eu tive apenas uma avó presente, mãe da minha mãe, que vivia connosco.
O meu avô paterno morreu com 50 e poucos anos, vitima de uma embolia pulmonar, tinha eu 18 meses.
Digo que me lembro de lhe tirar as coisas do bolso da camisa e de ele se rir por causa disso, mas sei que é humanamente impossível e que as minhas memórias se devem á descrição que a minha mãe fazia desses momentos, para manter viva a memória do pai dela em mim.
Era (segundo as más línguas) um homem daqueles que parecem actores do cinema, fazia palpitar corações e era um charme de pessoa.
O meu avô paterno tambem morreu muito novo, eu ainda não tinha nascido.
A avó paterna nunca se deu com o meu pai ( e muito menos com a minha mãe) e por isso não convivemos (nem pouco nem muito, absolutamente nada).
Lembro-me de a minha mãe ter pânico de estar em Águeda, terra do meu pai, e ela aparecer, coisa que nunca aconteceu.
A briga entre eles foi muito feia e os corte absolutamente radical.
Acabou por falecer há relativamente poucos anos, no dia do meu aniversário.
A mãe da minha mãe era uma espanhola á antiga.
Muito dura, com pouco carinho por crianças.
Teve apenas uma filha e contava a minha mãe que só a teve porque o meu avô ameaçou que se ela não a tivesse, ia ter um filho com outra qualquer (nunca confirmei esta versão, talvez tenha sido dramatismo da minha mãe...).
Não me lembro do colo desta avó e muito menos de a ver sorrir.
Foi sempre uma pessoa muito amarga, completamente diferente do amor de pessoa que era a minha mãe (puxou ao pai, felizmente).
Faleceu com setenta e dois anos, com uma trombose e disso lembro-me perfeitamente, porque era adolescente.
O meu filho teve, até há dois meses atrás, apenas uma avó.
A minha mãe faleceu há 16 anos e não o conheceu.
O meu sogro desapareceu da vida do meu marido há 30 anos.
E eu não me relacionava com o meu pai há 14.
Eu costumo dizer a brincar que o altar no meu casamento, foi o mais miserável da historia dos casamentos.
Só tinha padrinhos e a minha sogra.
Faltaram lá mais 3 elementos, uma porque não podia, os outros dois porque não quiseram.
Mas hoje e pela primeira vez, o meu filho celebrou o dia dos avós com o avô Augusto.
Passou o dia inteiro com ele.
E sinceramente, tudo vale a pena só por ter o prazer de lhe dar esse privilégio.
Um privilégio que eu não tive.
E o meu filho só tem um avô e uma avô, mas ambos são excelentes e amam-no incondicionalmente.
Não há muita gente que se possa gabar disso.
( e a avó Carmen, apesar de não estar presente, por certo tambem lhe manda muito amor e carinho, do cantinho de onde o espreita e protege, a cada segundo)
Sou ou não sou uma elitista do catano que armada em boa só por ver as coisas ao monte na loja, se desvia para as prateleiras arrumadinhas que já são colecção nova mesmo que seja inconscientemente e vai até á caixa toda contente a achar que vai poupar imenso porque depois lá fazem desconto e arranjou coisas giras e tudo e afinal...sou só uma idiota que não sabe comprar a ponta de um corno nos Saldos!
Raiosmapartam e á minha mania das grandezas!
Mas que as cosinhas são giras, lá isso são e até comprei um blazer fabuloso para o trabalho.
Eu tenho passado os últimos dias na praia e como não tenho muito para fazer, tenho reparado na quantidade de rabos que andam por lá, de fora.
Antigamente, usava-se o top less.
Agora não, usa-se o rabo less.
Isto porque os biquínis são todos fio dental.
E sinceramente, mesmo para quem tem corpo e rabo para isso, não fica nada bem.
Já para não falar em quem não tem mesmo rabo para isso e usa, é quase um atentado ao bom gosto.
Eu uso biquínis muito cavados, tanto em cima como em baixo, porque posso e porque gosto, mas uma coisa é um biquíni pequenino, que tapa o que deve ser tapado, outra é andar literalmente com o rabo todo de fora.