Um casal aparentemente feliz. Ele tem uma amante mais jovem e a esposa nem sonha. Um dia, depois de anos e anos de vida dupla, o marido sai de casa e vai viver com a amante, que fica radiante. Aos pulinhos de felicidade. Deixa de ser a outra, finalmente.
Até que chega a casa depois de um dia de trabalho e encontra um cenário diferente do habitual. A mesa posta, roupa espalhada pela sala, loiça suja na cozinha.
E começa a bufar.
...
E é nessa altura que eu, que estou a ver a novela, grito para o écran:
"Ó estúpida, atão nunca leste o meu blog? Tou fartinha de dizer que o melhor é ser amante, pá!!!! Só se tem as coisas boas!!!!! És mesmo tótó."
"mama, adoro-te.
Eu tambem te adoro filho.
Tu casas comigo, mama?
Claro, filho.
Mas tu ja es casada com o papa!
Ele nao se importa, filho.
Ai, mama, quando eu lhe contar ele vai ficar cheio de ciumes!"
Deitei-me já tarde e sem sono nenhum, para variar.
E lá estive, como tem sido habitual nas últimas semanas, a rebolar na cama, e sem dormir.
Ás duas e meia da manhã, só para me animar, o meu filho vomitou na cama.
E foi bem divertido dar-lhe banho, dar banho á cama e fazê-la de lavado aquela hora.
Levantei-me sem ter dormido nada, para fazer ginástica (WTF???).
Depois foi a correria de sempre para por o JA na escola a tempo e horas.
Voei para Evora onde trabalhei o dia todo.
Para que não fosse um pouco mais fácil estive com hemorragias dignas de uma transfusão de sangue, como não tinha desde adolescente, o caraças do dia todo.
E hoje sim, o dia foi um desafio real á minha dieta.
Correr de um lado para o outro, almoçar num hospital...
Acho que não me saí lá grande coisa, a ver se amanhã compenso.
A meio do dia percebi que o curso de espanhol tinha que começar hoje e não amanhã como planeado.
E que seria até muito mais tarde do que o planeado.
Voei para Lisboa, para tratar de tudo.
E no caminho ligar á santa da sogra para me ficar com o míudo, para lhe dar banho e jantar e po-lo na cama, que sim, que eu afinal tenho espanhol.
Lá comecei o raça do Curso das 19h ás 21h30, morta de cansaço.
Cheguei a casa ás 22h30, a arrastar as costas das mãos pelo chão. Queixas e mais queixas do lindo comportamento do meu filho (a sério, ultimamente tem estado insuportável...).
Fui-me meter debaixo do chuveiro.
E a essas lindas horas decidi comer uma canjinha.
Estava eu olhar para o infinito, enquanto ela aquecia no microondas, quando ouvi um estrondo.
Abri a porta e a canja estava espalhada pelo microondas todo, numa explosão nojenta de massinhas e moelas, pegadas ás qutaro paredes do aparelho.
É pá, vão se lixar, puta da sopa, só me apétece dizer asneiras, ó cum caraças.
Vou-me deitar, que hoje já é amanhã e o dia (quer-me parecer) vai ser outra valente merda.
Hoje, em arrumações, descobri uma caixa com postais, presentinhos e apontamentos da preparação do casamento e da despedida de solteira. E também um livrinho onde eu escrevia verdadeiras cartas de amor, relatos de momentos, pensamentos para que o Afonso lesse. E onde estão também algumas respostas dele.