E eu, desbocada me confesso, boto a boca no trombone e conto tudo.
Ontem foi um dia duríssimo.
Tinha-me deitado tarde, depois de um jantar com clientes espanhóis no Domingo.
O dia foi passado no stand monstruoso que temos.
4800 congressistas é no mínimo um numero assustador de pessoas para atender...(este é o maior congresso do mundo)
E no meio de todos eles, falam-se as línguas que se sabe e que não se sabe, que em guerra não se limpam armas.
Ao final do dia, a festa da empresa.
800 convidados para serem encaminhados para 10 autocarros.
A festa foi espectacular.
Bem organizada, local perfeito, o tempo estava óptimo.
Havia um mágico.
Tivemos uma banda cubana e depois outra que tocou musicas dos anos 80, 90 e actuais, mas sempre numa vertente teatral e cómica, imitando perfeitamente artistas conhecidos.
Resultado: depois de 9 horas num stand, estive 3 horas a dançar.
E acabei a noite descalça, que os meus pobres pés já não têm 15 anos.
Hoje, o dia de stand e no final, fiz a apresentação de um poster.
E correu bem.
Agora vou ver o jogo Portugal- Espanha no Sonic Center com....espanhóis.
E estou com medo de jantar lágrimas.
Mas por outro lado, tenho medo de ganharmos e de eles me baterem.
Em Berlim, vivem-se momentos de festa, a Alemanha acabou de dar uma cabazada á Inglaterra e anda tudo na rua aos gritos, como se não houvesse amanhã.
Para ajudar, está um tempo fabuloso, mais de 30ºC, coisa rara e nunca vista por estas bandas.
Viajei todo o dia, levantei este rabo da cama ás sete da manhã e foi com uma lagrimazinha no canto do olho que esta que vos escreve deixou filho e marido a dormir o soninho de domingo, sem a gaja mais linda da casa a fazer-lhes companhia.
No entretanto, já fomos ao centro de congressos e só vos digo que aquilo é um mundo.
E eu já percebi que isto vai ser muito duro.
Temos duas áreas de stand enormes, vamos lá estar das 9 ás 18h e eu ainda tenho a responsabilidade de dois clientes comigo, que não falam inglês.
Gente da minha terra, vai ser preciso um carrinho de mão para me buscar no aeroporto, quando chegar o final desta longa semana.
...em que só me apetece matar o grupo de mulheres pioneiras que em tempos que já lá vão, lutaram para que pudéssemos trabalhar fora de casa, queimaram soutiens, e se armaram ao pingarelho pela igualdade entre os sexos.