Esta semana o meu filho foi presenteado com uma ida ao dentista e duas vacinas.
Foi dose.
No dentista, tratou uma pequena carie e levou a sua primeira anestesia. Portou-se muito bem! Eu ia-me atirando da cadeira abaixo quando vi a agulha, mas a dentista é absolutamente fantástica e ele não sentiu nada.
Nas vacinas, foi a segunda dose da gripe A e a segunda dos 5 anos (sarampo e rubéola).
Uma em cada braço, sem uma lágrima.
O pai também levou duas vacinas e estava a ver que se ia abaixo.
Daí ser injusto dizer que o meu filho se portou como um homem...
Hoje vamos dar inicio a uma maravilhosa rubrica, intitulada "Só a mim!".
São pedaços da minha vida quotidiana, coisas que não acontecem a mais ninguém.
Senão vejam...
Hoje fui para o Algarve.
Ao contrário de 99% dos portugueses quando vou ao Algarve, vou trabalhar.
Detesto o Algarve para passar férias, principalmente em altura de férias.
Hoje a viagem foi invulgarmente penosa, porque chovia copiosamente.
A meio do percurso, reparei que tinha que por gasolina.
O carro alugado que tenho agora, tem um deposito muito pequeno e já por meia dúzia de vezes, quando dou por isso, estou a zeros.
Hoje, ainda tinha 40 km de reserva e decidi ir até á área de serviço da Galp, a outra área antes não aceita AMEX.
Lá fui.
Mas a de repente, vi que ainda faltavam 20km e eu já não tinha nenhum no visor do carro.
Deu-me um arrepio, mas pensei que dava para chegar. A ver área de serviço a pouco mais de 1 km, o carro parou.
Encostei á berma e por uns segundos tentei raciocinar o que poderia ser mais viável. Ir a pé até á bomba., ou pedir ajuda.
Atrás de mim, estava por sorte, um telefone da Brisa. Chamei a assistência e voltei ao carro.
E quando me sento, vejo um carro á minha frente, na berma, a fazer marcha atrás na minha direcção. E só parou junto do meu. Tranquei a porta e fiquei a olhar. Ainda pensei que poderia ter-se dado a coincidência de ser alguém conhecido. Do carro saiu um senhor, novo, que me perguntou se queria ajuda. Disse-lhe que não, agradeci, a Brisa já vinha a caminho. Ele disse que me tinha visto ao telefone no posto de socorro e decidiu ajudar. Queria levar-me de boleia á bomba. Eu não quis, chovia e teria de regressar a pé, não fazia sentido.
No minuto seguinte já estava a descrever-me como tinha tido uma manhã complicada com o carro dele, que tinha tido um furo, que trabalhava na banca.
E dois minutos depois, ali no meio da auto-estrada, sujeito a ser atropelado, já estava a deixar-me um cartão e a pedir-me o contacto, para me ligar depois.
Só para saber se tinha ficado tudo bem.
Despediu-se com um " já nos vemos ali na bomba".
O carro seguiu e eu olhei para o cartão. O homem é director de uma entidade prestigiada neste país.
E nas horas vagas tenta engatar miúdas na auto-estrada.
WTF?
Meia hora depois chegou o senhor da Brisa, doravante aqui chamado como o anjo da guarda.
O anjo da guarda ainda se fartou de rir com a minha cara de vergonha, ao dizer-lhe que isto era mesmo coisa de gaja, mas que eu conduzia há 17 anos e nunca tal me tinha acontecido.
Foi super simpático e salvou o meu dia. A troco de quase 30 euros.
Segui viagem com um olho nas costas, não fosse tarado da banca estar na minha cola.
Mas depois pensei que não. Ainda devia estar a tentar fazer chamadas para o numero de telemóvel inventado que eu lhe dei.
Desde que vi, no canal de TV interno do meu ginásio, a coordenadora da Training Academy tatuar o símbolo do ginásio em tamanho garrafal nas costas, fiquei com uma vontade irresistível de tatuar o logótipo da minha empresa no rabo.
É que ela tatuou o símbolo porque tem paixão pela empresa e eu não sou menos do que ninguém no que diz respeito a paixões pelo trabalho.
E para além do mais, acho que o logótipo ficava lindo no efeito mosaico que a celulite das minhas nádegas ia fazer.
Ás segundas tenho uma aula de total condicionamento com um professor brasileiro que é portista da cabeça á ponta dos pés.
Nos dias em que está bem disposto, grita ao microfone "Poooooorrrrrtoooooo" e só eu é que respondo ao repto.
Hoje, estava óbviamente de mau humor e por isso levámos uma tareia de aula, que me doem músculos que eu não sabia que tinha funcionais.
Á saída disse-lhe "olhe, para a próxima ponha os sportinguistas a fazer flexões á maluca, que eu não tenho culpa nenhuma..."
Ele sorriu. "Quando o Porto perde é assim. Tenho que descarregar."
Eu faço as aulas deste homem há dois anos e meio e adorava. Mas a continuar assim, e da forma como o nosso Porto vai este campeonato, tou aqui, tou a mudar de professor favorito.
Ou então não mudo e chego ao Verão a rebentar de boazona.