Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Contos sem nó

As minhas histórias

Contos sem nó

As minhas histórias

31.10.09

Para ti, Gena.


Lila

 

 

Eu nunca publico fotos pessoais. Não é por mais nada além de que acho perigoso divulgar fotos nossas na net. E normalmente fico chocada com os blogs cheios de fotos de bébés.

Faz-me impressão, tenho medo que sejam utilizadas em coisas estranhas.

Pode ser paranóia, mas é o que eu sinto.

Mas a minha amiga Gena fez-em ficar com saudades desta foto. A mais bonita de todas as minhas fotos de grávida. Falou dela num comentário ao post que escrevi sobre viajar com o nosso filho e eu lembrei-me que poderia ser bonito partilhar esta foto convosco.

Foi tirada pelo meu marido, o pai babado, no Mar Vermelho, Egipto,  na segunda viagem que o  Ja fez connosco (a primeira foi a Cuba, eu não sabia que estava grávida, só sentia o peito enorme...).

Eu estava com sete meses de gravidez, mas não parecia nada. O obstetra só me dizia, que se nascesse lá, tinha que lhe chamar Tutan Kamon. E para eu deixar a mala feita. E para ter cuidado com o que comesse e bebesse.

E foi esta a primeira das viagens aventura com o nosso filhote.

Correu tudo bem, eu diverti-me muito e ele tambem, lá dentro da barriguinha.

Nessa viagem conhecemos os amigos Luis e Cristina, que curiosamente foram pais agora de um Diogo. (parabens meus queridos, estou ansiosa por conhecer o vosso filho!).

E dessa viagem, para além deste passeio, onde o guia não me largava por estar grávida (gravidez no Egipto é sinónimo de mulher muito apetecivel, comprovadamente fértil...) ainda recordo um percurso num tuc tuc, a caminho do hotel, cheios de pressa para apanhar um transfer. Eramos 6 pessoas normais e uma grávida de sete meses, num carro que mais parecia uma mota com capota.

Mas chegámos a tempo. E rimos que nem uns perdidos. E ainda rimos mais quando a nossa amiga  Sónia entrou no autocarro, com uma mala  a imitar as da marca LV, esticada no braço, para que pensassem que era verdadeira (a célebre pochete...).

Boas recordações.

 

Portanto, e depois das explicações, aqui fica a dedicatória á minha querida Gena, que me lembrou destes momentos.

Foi ela que me estimulou a publicá-la e pode ser que agora me entusiasme a publicar outras tantas.

 

31.10.09

Dias dificeis


Lila

Hoje o A. foi mergulhar e eu levantei-me a custo (ontem estive surpreendentemente desperta a ver filmes até de madrugada) para ir ao cemitério.

Expliquei ao meu filho que íamos visitar a avó Cármen e a partir desse momento seguiram-se as mil e quinhentas perguntas habituais sobre a minha mãe.

Lá fomos.

Deixei que fosse ele a escolher as flores e deixámo-las na campa da minha mãe.

O meu filho fez o caminho de regresso até á porta do cemitério a cantar e houve alguém que ao vê-lo, e ás lágrimas que me corriam pelo rosto, comentou " ao menos que alguém se sinta feliz...".

Era exactamente isso que eu estava a pensar naquele momento.

30.10.09

La isla bajo el mar


Lila

E depois de ter terminado o livro do Paulo Coelho em espanhol (gostei pouco, é tipo documentário e realmente não faz o meu estilo, mas o objectivo foi cumprido, li o livro em espanhol...)., aproveitei a passagem por Madrid para comprar outro!

Desta vez da minha autora favorita de sempre, Isabel Allende.

 

 

isla

 

É tão recente que eu acho que nem deve existir em português.

Depois lembrei-me que há uns anos, o meu A. me trouxe uma biografia dela de Espanha e eu li em espanhol. Afinal não foi o do Paulo Coelho o primeiro...

 

30.10.09

Voltei!


Lila

E aqui ficam algumas memórias das férias em Marrocos.

Estamos de volta a casa, soube tão bem voltar ao nosso espaço, á nossa cama!

Hoje dormimos até tarde, o dia de ontem foi muito cansativo.

E depois fomos matar saudades do nosso café na Baixa, fazer algumas compras, desfrutar da cidade.

 

Já tinha saudade disto.

30.10.09

Dia 1- Madrid


Lila

 

A invernosa Madrid.
 
Quando chegámos chovia, mas quando saímos do Hotel para dar uma volta, já só fazia um frio gélido.
Ao ponto de todos termos comprado agasalhos.
As madrilenas saíram á rua com as novas peças de Inverno. E viu-se um verdadeiro desfile de botas, algumas de fazer perder a cabeça.
Não sei se reparo mais nas mulheres lá fora, se é mesmo assim, o que é um facto é que as madrilenas se arranjam bastante mais do que nós.
Até podem não ser especialmente bonitas, mas pelos menos tentam. E não é pouco.
Visitámos Atocha, um dos poucos locais que nos ficou a faltar da última vez em Madrid.

Á saída, uma chuva torrencial, trovoada, frio, fez-nos voltar ao Hotel, onde encomendámos comida chinesa. O que parecia uma noite estragada, tornou-se num serão bem divertido, todos quentinhos, com a chuva a bater nas janelas, lá fora

30.10.09

Dias 2 a 5- Marrakech


Lila

 

O riad.
 
Chegámos ao aeroporto bem cedo e fomos levados até ao riad reservado por um serviço de transporte contractado pelo mesmo.
E até o carro estacionar, tudo parecia bem.
O condutor, que conversou o pequeno percurso, parou o carro no meio da Medina e começou a arrastar a nossa mala, por ruas e travessas sem trânsito, sem indicações e também quase sem pavimento.
Medo.
Lá chegámos ao Riad, uma guest house típica marroquina, muito simpática, onde fomos recebidos calorosamente com um chá de menta (o primeiro de muitos) e bolinhos de amendoim, no terraço do riad, com vista para a Medina.
O quarto é pequeno, mas muito acolhedor e bem decorado, com janelas para o jardim interior da casa, jardim  esse que caracteriza um riad.
Os marroquinos, também por causa da falta de água, privilegiam os espaços verdes, mesmo dentro de casa.
Neste momento escrevo de um terraço na praça principal da cidade, Jamaa Fna, onde desfilam encantadores de serpentes, macacos, contadores de histórias, profetas, músicos, num festival de cores que só se encontram nas grandes cidades de África.
 
 
30.10.09

A Marrakech


Lila

 

Hoje fizemos um city tour num autocarro descapotável. Visitámos entre muitas outras coisas, o maior palmeiral de Marrocos, a Koutobia (mesquita) e também os jardins Majorel que dignificam a cidade com as centenas de espécies vegetais, magnificamente preservadas, por entre uma arquitectura tipicamente marroquina.
O dia de ontem, que tinha sido nublado, deu lugar a um dia de calor. Demasiado quente.
Assim, já nos parece África!
A tarde foi passada na piscina do terraço do riad, sempre na companhia do chá de menta.
 
E se de dia, se circula de forma mais ou menos calma pelas ruas de Marrakech, á noite, todo o cuidado é pouco. As motas e as bicicletas invadem passeios, praças, locais impensáveis e não consigo perceber como é que ainda não fomos atropelados.
A praça Jamaa Fna fica ainda mais movimentada, os restaurantes improvisados chamam os clientes com palmas e gritos, a música soa ainda mais alta.
 
30.10.09

Os árabes


Lila

 

Uma coisa que me impressiona positivamente nos árabes é o facto de respeitarem e adorarem crianças.. Não são simpáticos com os adultos, até podem ter a cara fechada, mas ao verem uma criança, o sorriso abre-se, tem de lhe tocar na cabeça, falar com ela.
E isso é coisa para derreter o coração de uma mãe.
Se formos a Londres ou Paris com uma criança, ninguém olha para ela, somos ignorados e até mesmo descriminados.
Em algumas cidades da Europa, somos mais acarinhados se andarmos com um cão, seres mais idolatrados do que as crianças, nestas cidades.
 
(Nota de rodapé: Numa das noites fiz este comentário a um dos empregados do riad, que me disse “não, madame, aqui o seu filho e a madame valem muito dinheiro, não lhe largue a mão nunca…”.
Eu fiz uma cara de horror e ele acrescentou “Ah, estava a brincar!”
A brincar? Chiça!!!)
30.10.09

O chamamento


Lila

 

 
“Há palavras que nos beijam, como se tivesse boca”.
 
Eu não sei decifrar o que diz a voz de homem que faz o chamamento á oração. Conoc vezes por dia, na Medina de Marrakech.
Mas são palavras bonitas, quase cantadas, num ritmo constante, sempre com a mesma melodia.
E se quando estivemos no Cairo, este chamamento nos encantou, aqui, no centro da Medina, ás cinco da manhã, á uma, ás quatro da tarde, ás sete e ás nove da noite, pudemos apreciá-lo de forma ainda mais intensa.
 
30.10.09

...


Lila

 

Bendito aquele que consegue dar asas e raízes aos seus filhos.”
 
Provérbio árabe
 
Há um lugar no mundo no qual nascemos, crescemos e prendemos uma língua.
São as nossas raízes.
As asas mostram-nos outros horizontes, fazem-nos sonhar, conduzem-nos a lugares distantes.
São as asas que nos permitem conhecer as raízes dos nossos semelhantes e aprender com eles.
 
Viajar com o nosso filho, ainda que por vezes seja cansativo e limitante, é dar-lhes raízes e asas.
Acreditamos que será importante para a formação da sua maneira de ver o mundo.
Esta abertura que lhe demos, desde que passeava ainda na minha barriga, irá decerto condicionar o seu temperamento e forma de ser.
Por isso, ainda que contra muitas vontades, ainda que vencendo os nossos próprios medos, o nosso filho viaja connosco.
As suas asas crescerão e um destes dias viajará por si. Mas porventura não esquecerá estes momentos passados juntos.

Pág. 1/5