Ontem a casa do namorado da minha irmã mais nova foi assaltada.
Arrancaram literalmente a porta e reviraram a casa do avesso.
Ainda que não tivessem levado nada de especial, apanharam um susto de morte e ficaram com nojo da casa e dos recheio da mesma.
Não é de admirar.
Hoje a minha tia mais idosa caiu em casa, abriu a cabeça, levou pontos, rebentou um cotovelo. Suspeita de fractura do colo do fémur, felizmente não confirmada.
Hoje saiam as listas de colocações dos meninos no Pré-escolar.
Eu já tinha tentado que o JA entrasse no ano passado mas ficou em lista de espera e bastante mal posicionado...
A escola para onde eu queria que fosse é reconhecida na nossa cidade como a melhor e aquela onde só se entra com cunhas (como se fosse admíssivel, numa escola do Estado...).
Acontece que não é só a melhor, é tambem a que fica mais perto da minha casa, a pé são 5 minutos.
Este ano voltei a inscrever o meu filho.
Não que me fizesse diferença que ele fizesse todo o pré-escolar no colégio onde anda, mas para garantir que p0ara o ano, entrava na escola primária que nós queriamos.
Entrando na pré, está garantido para a primária.
Este ano voltei ao fazer o processo todo e até o increvi noutra escola, que dá menos jeito, mas que tambem me disseram que é boa.
Hoje sairam as colocações e o JA ficou na nossa primeira opção.
Sem cunhas.
O que quer dizer que a partir de Setembro, entra na pré-primária.
Ficámos muito felizes.
Estamos a falar de garantir que o nosso filho faça o ensino primário numa escola pública, como sempre quisémos (péssima impressão da maioria das privadas), e de poupar uma pipa de massa.
Esta escola tem pré-primária, primária e ATL, o que me tranquiliza e inpede que o meu filho viaje de carrinha de um lado para o outro.
Está tudo ali.
E a dois passos de casa.
Uma escola que era vizinha do lado da primeira casa onde morámos e que o JA não chegou a conhecer.
Ele há coisas bem engraçadas...
Agora, o meu coração de mãe aperta-se com o facto de o JA ter de gerir estas mudanças.
Afinal de contas, os amiguinhos deste colégio são os mesmos desde os 11 meses.
Ele adora as educadoras e auxiliares.
Adaptou-se sempre muito bem a todas. (espero que continue este padrão na nova escola...)
E então decidi tomar um café ás 5 horas da tarde, antes de entrar num ultimo cliente e encerrar o dia de trabalho.
...
Grande ideia!
São as horas que são e eu sem sono nenhum!!!!!!!!!!!
E o pior é que não me lembrava, deitei-me sem sono e rolei na cama de um lado para o outro, sempre a pensar "eh pá, hoje tou fresquinha que nem uma alface, que espectáculo...".
E mesmo depois de ter feito 500 coisas em casa, sono nem vê-lo.
As paredes da casa de banho pareciam avançar contra nós, as duas ali fechadas, abraçadas a chorar.
O mundo estava a desabar em cima das nossas cabeças num momento em que devíamos estar felizes.
Afinal de contas, a minha irmã não estava doente, não tinha matado ninguem.
Estava grávida.
Mas para os meus pais, esse crime podia ser bem mais penalizante do que qualquer outro condenável pela lei.
E por isso eu estava aterrorizada e ela tambem.
Decidimos que só contávamos depois do Natal, para não estragar as festas. E por isso, durante algumas semanas, os vómitos matinais da minha irmã eram disfarçados pelo meu secador.
E depois a noite em que ela e o meu cunhado contaram aos meus pais.
A minha irmã tinha 20 anos.
Ainda estava a tirar o curso.
Os meus pais reagiram péssimamente na altura, como se fosse uma desgraça.
Mas depois passou-lhes.
Organizaram o casamento, encheram-lhes a casa de móveis e de tudo e mais alguma coisa.
A Angelita nasceu faz hoje 17 anos.
A minha irmã estava na nossa casa quando as dores começaram e foram os meus pais que estiveram com ela no Hospital até a Angelita nascer.
Eu lembro-me que tive tantos nervos nessa noite, que uma borbulha do tamanho do mundo assolou a minha bochecha. Era tão má, que mais parecia uma queimadura.
A Angelita foi um bebe muito dificil. Chorava imenso de dia e de noite.
Mas era linda.
Aliás, é linda.
Hoje, tem pouco menos de altura do que eu, tem caracois loiros, olho azul e um corpinho de modelo.
A minha amiga Cristina ligou-me há minutos e fez-me dar umas boas gargalhadas, sonoras genúinas, como todas as gargalhadas devem ser...
A Cristina é uma amizade com poucos anos, feita no trabalho (trabalhamos na mesma área, mas em empresas concorrentes) e que por coincidência tambem mora na mesma cidade que eu, mas parece que nascemos juntas e que somos amigas desde sempre!
Não estamos juntas muitas vezes, mas basta ligarmos uma para a outra para nos rirmos que nem umas perdidas, sobre as mesmas coisas.
Eu tenho a ideia fixa de casar o meu filho com a princesa que é filha dela, mas os gaiatos ainda nem sequer olharam um para o outro ( e não é por falta de insistência nossa, sempre que nos encontramos...).
O gozo que nos dava sermos mesmo comadres!
Aí é que era um fartote de rir, as duas já velhas e rezingonas a controlar as vidas dos nossos filhos e a ralharmos uma com a outra...
A Cristina tem a qualidade maravilhosa de rir com as suas próprias fragilidades, algo que é raro num ser humano. A vida ás vezes prega-lhe umas partidas, mas ela aproveita o bom do menos bom e segue como se nada fosse.
Naquele conceito de que até um pontapé na bunda nos empurra para a frente...
E depois queixa-se das mesmas coisas que eu, pessoal e profissionalmente, visita os mesmos clientes, ri-se das minhas piadas porque conhece os factos, eu riu-me das dela pelos mesmos motivos.
Eu não sei explicar porque é que gostamos tanto uma da outra, mas é um facto.
Mesmo quando ela me liga ás dez da noite para dizer que fez uma massgem de corpo inteiro e está de férias.
Hoje e depois de muitos adiamentos, consegui que o meu becas cortasse os caracóis.
Está muito giro, com carinha de queijinho fresco, assim de cabelo bem curtinho.
È que o meu filho foi sair em tudo a mim, até na farta cabeleira. A cor do cabelo, os caracóis, tudo igual a mim.
Acontece que é rapaz e não posso desatar a fazer-lhe totós, ou a pôr-lhe ganchinhos.
O cabelo, com o calor que tem estado ficava todo molhado e agarrado á testa do miúdo, os caracóis já assentavam em cima do pescoço.
A pandilha de defesa da guedelha (leia-se pai e avó da criança) não querem os caracóis cortados, mesmo quando o próprio já está fartinho do cabelo comprido...
Mas como nestas e noutras coisas "the mother rules"...O cabelo está cortado!
Fui buscar o meu filho ao colégio (sim, sem avó durante 3 semanas, sobra sempre para a mesma...) e quando cheguei a casa limpei o escritório todo, livrinho a livrinho. Arrumei o armário onde guardo as roupas de cama, tratei do meu filho, e ainda trabalhei no computador.
Estou cansada mas estou feliz.
Estes dias em que o meu marido faz cursos até tarde, deixam a minha casa num brilhinho...
E os tios Zé e Edite reuniram a família e os amigos mais chegados numa pequena festa lá em casa.
Chegámos há pouco desse encontro, cheio de alegria e de crianças a correr por entre quartos e sala.
A minha cunhada está a passar por mais um período difícil da sua vida.
Ao olhar para ela, na sua fragilidade, na luta que tem travado contra a doença que a aflige há muitos anos, dou por mim a pensar que a vida é muito injusta e que Deus por vezes castiga quem menos merece...
Até tenho medo de pensar assim, mas se há criatura doce e querida que não merecia nem metade do que já passou, é a minha cunhada...
Parabéns pelos teus 42 anos de luta, Edite!
Um dia, com disposição para isso, conto a história sofrida desta lutadora...
Ontem fomos para a nossa praia de sempre, Soltroia e o dia esteve muito bom, solarengo e quente como se querem todos os dias de praia.
Terminámos o sábado com um jantar no Carvalhal e rumámos a casa.
Hoje, condicionados pelo aniversário da minha cunhada Edite, fizemos um percurso muito diferente.
Acordámos cedo, preparámos tudo, descemos e na nossa rua, e apanhámos o autocarro "sem tecto" que nos levou á Praia da Figueirinha.
Foi mesmo divertido!
È um autocarro modificado, descapotável (e daí o meu filho lhe chamar "sem tecto"), que leva o povo até á praia em 20 minutos, sem transito, sem estacionamento, sem stress.
È claro que o preço a pagar por este luxo, é o facto de ficarmos numa praia cheia de povo de todas as raças e credos, de todas as geleiras e aparelhagens...
Como ficámos pouco tempo e na maior parte dele andámos a passear, estivemos sempre bem.
Eu fiquei com vontade de repetir e o meu filho achou uma excitação!