Eu adoro Woody Allen, por isso a expectativa é sempre enorme.
Depois de Match Point e de o Sonho de Cassandra, Woody Allen realizou Vicky Cristina Barcelona.
A fotografia é excelente, ou não tivesse sido rodado em exclusivo na magnífica e incomparável Barcelona.
A musa não decepcionou, linda e sensual ao lado do não menos sensual Javier Barden.
Adorei a música, que me ficou no ouvido até agora.
Mas...apesar da história ter tudo para dar certo, amor, traição, ciúme e uma boa dose de conflito emocional para se pensar no verdadeiro sentido da vida e das relações, soube a pouco. Faltou um final surpreendente, como habitual.
Apesar disso gostei. Até porque é engraçado perceber que para os americanos é romântico viver na Europa, somos arrojados, apaixonados, intensos.
E sabe sempre bem uma boa noite de cinema, nos tempos que correm (obrigada tio Luis).
O JA gostou muito, mas a meio, numa das cenas mais emotivas da peça (a criança é espancada pela irmã e depois pelo pai...), os seus olhinhos pequenos encheram-se de lágrimas e fez um beicinho lindo, ternurento e empático com a personagem principal.
A peça tem o tempo exacto que uma criança com a idade dele consegue aguentar, uma hora, mas é muito pesada no conteúdo para o nosso pequenote.
Nem eu, nem o A. nos lembrávamos disso.
È uma história lindíssima, onde reina a simplicidade. A vida contada pelos olhos de uma criança, que encontra num pé de laranja lima, esquecido no quintal de sua casa, o amigo e confidente que a sociedade lhe recusou.
Quando saímos falei com o JA sobre o que tínhamos visto e ele fez perguntas, contou o que percebeu e o que não percebeu e depois seguiu em frente, avançando para outros assuntos.
Acho que quem ficou a bater mal fui eu, já que a peça me fez lembrar de tantos Zézés que existem por esse país fora, morrendo ás mãos de pais violentos, cheios de sonhos por concretizar e de amor para dar.