E tentei bastante não escrever sobre este assunto, mas não consegui.
È inacreditável a forma como o nosso Papa fala sobre HIV e sobre o uso do preservativo.
Que falta de respeito pelos milhares de infectados em todo o mundo.
E ainda por cima em África, local afectado em larga escala, na maioria por falta de prevenção.
Eu trabalho directamente com o HIV há seis anos e estou bastante actualizada e informada sobre a doença. E enfrento todos os dias histórias de infecções inconscientes, mulheres infectadas pelos maridos, que fizeram sexo sem protecção com prostitutas, crianças infectadas in útero .
E nós vivemos num país minimamente informado.
È uma afronta a anos e anos de luta contra a SIDA, a todas as campanhas de informação ao longo de todos os anos de permanência da doença.
Ó uso do preservativo não agrava a doença, não prejudica o processo, salva vidas e poupa a milhares de crianças em todo o mundo a dor física da doença e da orfandade.
Alguém devia explicar isto ao Papa.
Eu não acredito que ele acredite mesmo no que disse.
Gostam de hip-hop, puxam pela soul e dão uns toques no reggae. São noruegueses, mas têm ascendência africana. E é deles um dos êxitos mais surpreendentes dos últimos tempos: "Beggin'". Os Madcon estreiam-se em Portugal com uma dose dupla de concertos: tocam no Porto a 31 de Março e em Lisboa no dia seguinte.
"Beggin'", uma versão de um original de Frankie Valli & The Four Seasons, inundou o "airplay" radiofónico e as pistas de dança de tal maneira que se tornou impossível ignorar o álbum respectivo, "So Dark The Con of Man" (2007).
A dupla Madcon é composta por Tshawe Baqwa e Yosef Wolde-Mariam - embora eles prefiram ser tratados, respectivamente, por Kapricon e Critical. No ano passado, lançaram mais um álbum de estúdio, "InCONvenient Truth".
E qual foi o marido gostoso que comprou bilhetes para ver estes jeitosos????
Tenho tido trabalho até á ponta dos cabelos e estou a deixar-me levar pelo péssimo habito de deixar tudo minimimante feito todos os dias, mesmo que isso implique trabalhar até á 1h da manhã.
Obviamente, no dia seguinte, depois de trabalhar 15 horas, estou que parece que fui vomitada, cheia de olheiras, cansada, sem forças.
Isto já para não dizer que prejudico gravemente quem está no meu coração e merece toda a minha atenção- marido e filho.
Hoje uma das minhas delegadas dizia-me de manhã cedo, depois de termos estado ambas a trabalhar até tarde ontem, "isto agora já não é excepção, é o habitual. Se não trabalhamos ao serão, já não somos boas, somos mediocres, como se o normal fosse isso e não trabalhar só durante o expediente... e ter vida depois."
E ela tem razão.
Mas a culpa é toda nossa, de pessoas como eu e como ela.
O que lhe vale é ser solteira e sem filhos, o que não quer dizer que não tenha a sua propria vida. Pelo menos não prejudica mais ninguem.
Depois de outro dia de cão, recebi um telefonema do Infantário do meu filho.
Ia-me matando antes de atender, e com o coração na boca, ouvi do outro lado:
"Está tudo bem com o JA".
Afinal, queriam comunicar-me que há um caso isolado de meningite viral no Infantário.
Fiquei logo de cabeça no ar.
Eu não conduzi até casa, eu voei até casa.
E pelo caminho liguei ao pediatra, liquei ao meu marido que está em Madrid, liguei ao meu primo que é nosso médico de família, liguei ao laboratorio de microbiologia do Hospital de Setubal (Para que raio ha-de servir o meu trabalho, senão para ter conhecimentos em todos os hospitais do país, ora bem...) e agora já estou mais calma.
Do laboratório confirmaram-me que é viral e tambem já sei que o bébé está bem, apesar de ainda no SO.
O pediatra diz que nao há nada para fazer, dado ser vilral, apenas vigilância.
Eu não sei nada sobre a actualidade nacional no dia de hoje.
Não faço ideia de como se comportaram as bancas, se os combustíveis aumentaram ou não, se houve assaltos, ou algum tipo de criminalidade, se a crise vai de vento em poupa, como de costume, se alguma fabrica fechou....
Mas sei que a Rainha Rania está em Portugal.
Estava no ginásio, á hora de almoço, a comer rapidamente depois de uma hidroginásticazinha, e dei por mim, na mesma onda de todos os homens que também almoçavam por ali...a olhar fixamente para a a rainha da Jordânia, que desfilava na Televisão.
A mulher é efectivamente fantástica.
Tem 38 anos, 4 filhos e um corpo que até mete raiva.
Para além de ser licenciada em gestão de empresas, ter trabalhado na Apple e ser activista da causa da mulher muçulmana.
Eu, que sou gaja para gostar mesmo muito do seu gajo, fiquei a babar para a TV, agora imaginem os meninos musculados e sem pêlos lá do ginásio.
Um menino de nove meses morreu fechado no carro do pai, onde ficou durante três horas sob o sol forte da manhã. O pai terá optado por deixar o filho a dormitar em vez de o levar logo à creche, que fica mesmo ao lado, mas acabou por esquecer-se dele no automóvel. Pode vir a ser acusado de homicídio por negligência.
Eu já tinha visto um caso destes, na Oprah, e fiquei em estado de choque.
No caso dos USA, o pai foi levar o bébé em vez das meninas mais velhas, e como foi algo fora da rotina e o bébé adormeceu, saiu do carro para trabalhar e nunca mais se lembrou do filho, que faleceu sob o calor escaldante da California.
Parece impossível, mas pelos vistos não é.
E eu só fico a pensar na culpa que vai roer as entranhas deste pai.
O pai foi outra vez para Madrid e logo que chegue, a mãe vai, como palestrante, para um congresso no Porto.
O meu filho começa a achar que tem pais em part time, ou qualquer coisa do género ( e para se vingar, toca de bater nos amigos da escolinha, sempre que alguma coisa não lhe agrada).
E eu sinto falta do meu maridinho, que já vai na segunda semana fora.
Uma criança de quatro anos está desaparecida desde cerca das 17h00 de hoje na praia da Quebrada, Angeiras, Matosinhos, supostamente levada pelo mar.
Por estas e por outras, é que eu sou tão paranóica com o meu filho.
Estou sempre com medo.
Nunca estou descansada quando o vejo perto de água, perto da estrada, perto de qualquer coisa que possa representar perigo.
O pai está sempre a repreender-me, "deixa o miúdo, está tudo bem, relaxa", mas o que é certo é que, provavelmente, ninguém pensou que á beira- mar, a criança não poderia ser levada por uma onda...
E eu penso nisso tudo, o que não quer dizer que não nos aconteça a nós.
A história veridica de Harvey Milk, um homossexual reprimido até aos 40 anos que se liberta através da força de um grande amor e decide mostrar ao mundo que os homossexuais têm direitos na sociedade.
Foi, como muitos dos homens de vanguarda, pioneiros e lutadores, alvejado pelo preconceito.
Eu achei um pouco aborrecido, mas dou um desconto, por estar tão cansada e sonolenta nos ultimos dias.
Eram sete da manhã. Acordei sobressaltada com o choro agonizante do meu pai. Um choro que invadiu a casa e os nossos corações.
Soube de imediato que tinha chegado a hora.
Tinham passado quase dois anos desde que os sintomas da doença começaram a manifestar-se. Mas no ínicio, não imaginávamos o que nos esperava.
De médico em médico, de exame em exame, o pior cenário tornou-se real.
Uma neoplasia.
Seguiu-se uma operação, uma recuperação fantástica que parecia contrariar os quatro meses de vida que lhe sentenciaram.
As boas e as más fases sucediam-se, connosco a lutar de frente contra uma doença dilacerante.
A minha mãe tinha fases em que perdia a fala.
E nessas fases, só eu a entendia. Só eu entendia o seu olhar, que dizia tudo.
A minha irmã tinha dez anos e saltitava pela casa, ainda um pouco alheia ao que acontecia.
Mas a minha mãe observava-a e as lágrimas escorriam-lhe pela face, sabendo ir perder o melhor da sua vida. Tinha 46 anos.
Nessa manhã e após oito meses em coma, em casa, a minha partiu.
E as saudades que deixou, não começaram nesse dia, já tinham oito meses acumulados, sem ouvir a sua voz, sem ver o seu olhar, sem sentir o seu carinho.
Faz hoje catorze anos que perdi a mulher mais importante da minha vida.