Disto de ser mãe de um só filho
A decisão mais ponderada, pensada, analisada e discutida da minha vida foi a decisão de ter tido só um filho. Sou do tipo de pessoa, de mulher, de esposa, que não toma decisões que afectem os dois (ou os três) sem consultar o outro, mas esta, foi tomada absolutamente sozinha. Contra tudo e contra todos. Não há dia em que não pense nesse assunto, e acho até que nesta altura do campeonato, já devia ter capacidade de não pensar nisso, é um tema que me ocupa espaço sensorial e que me desgasta física e emocionalmente. Há alturas em que a minha decisão me parece lógica. Há outras, como a que estou a viver agora, em que me parece perfeita. Agradeço a mim mesma mil vezes o facto de ter sido capaz de levar a minha vontade e o meu instinto avante. Nenhuma outra decisão tão importante e tão difícil afectaria tanto a minha vida e a minha saúde mental. Sou apaixonada pelo meu filho, adoro ser mãe dele, mas não me via, nunca me vi mãe de dois ou de três e ainda bem que fui sabendo lidar com essa incapacidade. Ter ido contra esse instinto, para fazer a vontade a outros,indo contra a minha, teria sido catastrófico.