Das conversas com o meu filho
Hoje, o pai teve que sair ao final da manhã, para trabalhar e nós ficámos sozinhos em casa.
Tive que ir ao supermercado e o JA foi comigo. No caminho de volta e já a combinar deixarmos as compras em casa e voltar à baixa para ir ao MacDonalds, ele confessou que gosta muito destes momentos em que estamos sozinhos os dois.
Eu achei estranho, apesar de me ter sabido bem ouvi-lo dizer que gosta de estar sozinho comigo, até porque estamos muitas vezes os dois sozinhos, não porque queiramos, mas porque o pai esta fora a trabalhar. Acho que a nossa relação com o pai é tão absorvente, que ás vezes ele precisa do mimo só da mãe.
Esta conversa puxou a de que eu adorava ir sozinha às compras com a minha mãe, e deixar as manas em casa. Sentia-me muito especial por ser única nesses momentos. Uma filha do meio precisa disso de vez em quando.
A conversa da filha do meio, puxou a conversa do JA não ter irmãos e a confissão dele de que por um lado gostava de conhecer a sensação de ter alguém para brincar quando os pais estão ocupados, por outro, o medo de que ter um irmão não seja nada do que ele esperava. E a confirmação de que não está a morrer por isso.
Expliquei-lhe uma vez mais de que assim tem todo o tempo e todas as atenções do mundo só para ele e ele, a "estrela" da companhia, gosta imenso disso.
Acho que entende perfeitamente a minha opção e não me recrimina (sente até alivio quando ve os amigos com os irmãos, sempre a brigar).
Da conversa dos irmãos, passámos para a Faculdade, para onde ele gostava ou não de ir, se fica numa residência ou num apartamento, que quer trabalhar para poupar dinheiro e pagar a faculdade...
Enfim, terminei o nosso almoço e passeio pela baixa, com a cabeça à roda e a pensar que o meu filho de 10 anos, parece mais ter 20.