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Contos sem nó

As minhas histórias

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15.06.18

À deriva


Lila

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 Tenho muito medo do mar. Desde pequena. Nunca gostei de ondas, nunca nadei bem, tenho horror a que me passe uma onda por cima da cabeça, não gosto da sensação de um mergulho. Se houver ondas, já não entro dentro de agua e fico em terra, a ver os meus dois homens a divertirem-se.Passei muitos Verões na praia só dentro das poças de agua que o mar deixa em terra. Não em atrevia a entrar no mar. O meu pai tentava que eu superasse este medo levando-me para dentro de agua nas costas dele. Na maioria das vezes eu ate gostava, sentia-me protegida. Mas havia vezes em que, e  apesar de prometer que não o faria, acabava  por me enfiar dentro de agua e eu saia inevitavelmente a chorar. Se calhar, os meus pais deviam ter-me posto na natação e isto tinha-se resolvido. Mas naquela época não se faziam actividades, como agora, que sobrecarregamos os putos com mil coisas.

Este filme, passado maioritariamente no oceano trouxe-me uma sensação de angustia e de impotência gigantes. Não as cenas deles à deriva, mas as cenas da tempestade. As ondas gigantes, o céu negro, o barco gigante a parecer uma casca de noz. Nunca na vida eu sobreviveria a algo assim. Nunca. Para além do medo do mar, ainda enjoo em barcos. De modos que seria a combinação perfeita.O filme é baseado numa historia verídica (os meus favoritos) e vale muito a pena ver. E para além do relato dos dias passados no oceano, também é uma bonita historia de amor.